COOPERATIVAS DE PORTUGAL E BRASIL ASSINAM TERMO DE COOPERAÇÃO

Compartilhar boas práticas, conhecimentos, estratégias de mercado e técnicas de gestão. Estes são os objetivos do protocolo de cooperação técnica assinado na sexta-feira, 23/3, no Pará, entre a cooperativa brasileira Coober e a portuguesa, Copérnico. Ambas são pioneiras na geração de energia elétrica a partir de painéis fotovoltaicos, no cooperativismo de seus países.

A assinatura ocorreu durante a programação do 2º Seminário de Energia Renovável realizado em Paragominas (PA). A parceria também visa à promoção dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). O evento contou com a participação de representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Fundada em 2013, com apenas 16 cooperados, a Copérnico hoje possui mais de 900 associados e comercializa energia em praticamente todo o solo português. Já, a Coober, primeira cooperativa brasileira de energia renovável, fundada em 2016 em Paragominas, possui 23 cooperados e produz energia na modalidade de compensação e geração distribuída.

LEGISLAÇÃO A FAVOR

Para Nuno Jorge, presidente da Copérnico, o Brasil possui uma grande oportunidade que é a geração de energia renovável. “A legislação é a grande diferença. Está claro que em Portugal o cenário está mais maduro, sobretudo na questão da energia solar, mas as leis brasileiras, em diversos aspectos, estão muito mais avançadas, especialmente no que diz respeito à relação com o consumidor final, quando permite produzir energia e abater da conta dos cooperados. Em Portugal isso não é possível. A Copérnico investe, produz energia e recebe diretamente do consumidor final. Na Coober, o cooperado recebe o benefício diretamente na sua conta doméstica. É o sonho lá em Portugal”, explicou.

ENERGIA LIMPA NA REDE
Em novembro de 2015, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) alterou a Resolução 687, permitindo a formação de cooperativas para atuar em sistema de geração distribuída e de compensação de energia renovável, injetando energia direto na rede elétrica. Em 2016, a Coober inaugurou uma usina solar fotovoltaica com capacidade de 75KWp, que beneficia diretamente cooperados com energia limpa, ilimitada e de baixo custo de produção.

“Este Seminário nos deu uma dimensão do quanto o assunto acerca das energias renováveis está em voga. As pessoas querem saber disso, querem uma energia limpa e de qualidade”, enfatizou Raphael Vale, presidente da Coober.

REPERCUSSÃO

Participaram do evento mais de 200 pessoas de vários estados, como Amazonas, Minas Gerais, Tocantins e Mato Grosso. Representando as cooperativas de Belém, estiveram a Cooperdoca, Sicoob CrediJustra, Transpordutor. Já a representante de Parauapebas foi a Cooper e, de Paragominas, a Coompag e Sicredi Verde, que foi um dos apoiadores do evento.

Os participantes se mostraram bastante empolgados com esse sistema. É o caso de Carlos Negreiros, diretor de uma empresa de energia em Maués, no Amazonas. “No nosso estado, por exemplo, há 63 municípios dos quais mais de 70% são praticamente isolados. Juntos, eles são considerados um dos maiores sistemas isolados do mundo e a energia é gerada a partir da queima do óleo diesel. Não queremos mais isso! Queremos limpar esse rastro de combustível fóssil”, disse o amazonense.

Fonte: Somos Cooperativismo

Bruno Oliveira

Bruno Oliveira

Analista de Comunicação do Sistema OCB/RJ. Formado em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, MBA em Marketing e Comunicação Empresarial e em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais.

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