Cooperativismo de Plataforma é apresentado no Hacking.Rio

O Cooperativismo de Plataforma como um novo modelo organizacional e cases de sucesso que podem transformar o mercado: códigos abertos, movimento colaborativo e transparente foram apresentados pelo superintendente do Sescoop/RJ, Abdul Nasser, em palestra realizada no dia 19 de outubro no Hacking.Rio, festival de cultura digital que reuniu de 18 a 20 de outubro, especialistas em tecnologia, inovação e negócios, no AQWA Corporate, no Santo Cristo, Rio de Janeiro. O evento contou com patrocínio do Sescoop/RJ.

Para contextualizar, Abdul inicialmente falou a respeito dos números do cooperativismo, presente em 100 países, congregando 1 bilhão de pessoas e gerando mais de 250 milhões de empregos.

Sobre o Cooperativismo de Plataforma, Abdul deu alguns exemplos, tais como o Resonate – Plataforma cooperativa de música por stream, em que os donos são os usuários, e a remuneração dos artistas é muito superior ao que é pago por plataformas tradicionais; Stocksy – Banco cooperativo de imagens de alta qualidade, com base no compartilhamento justo dos lucros e na copropriedade: todos os fotógrafos têm voz na gestão; e Fairmondo – Cooperativa de comércio online em que os funcionários e usuários são os donos.

Em seguida, citou o professor Trebor Scholz, idealizador do conceito de Cooperativismo de Plataforma e autor do livro sobre o tema.

“O professor Trebor Scholz fala que o cooperativismo é o modelo de negócios capaz de tornar mais justas as novas relações de trabalho impostas pelo “ubercapitalismo” – nova onda capitalista que não oferece direitos e benefícios ao trabalhador, pois visa ao extremo o enriquecimento dos donos dessas plataformas.  No cooperativismo, ao contrário, não há exploração de mão de obra e toda a renda é revertida para os cooperados, que são os próprios donos do negócio”, explicou Abdul, que vê o cooperativismo de plataforma pautado em três pilares: educação formal, tecnologia e empreendedorismo.

Cooperativismo de Plataforma

A expressão cooperativismo de plataforma foi criada pelos pesquisadores americanos Trebor Scholz e Nathan Schneider, no livro “Ours to Hack and to Own: The Rise of Platform Cooperativism, A New Vision for the Future of Work and a Fairer Internet”. E, segundo os autores, esse movimento “engloba as mesmas tecnologias da economia de compartilhamento, mas com modelo de propriedade que adere a valores democráticos; incentiva a solidariedade, que é indispensável quando a força de trabalho é distribuída e, muitas vezes, anônima; e ressignifica conceitos como inovação e eficiência, porque visa oferecer benefícios a todos e não à sucção de lucros para poucos.

Bruno Oliveira

Bruno Oliveira

Analista de Comunicação do Sistema OCB/RJ. Formado em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, MBA em Marketing e Comunicação Empresarial e em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais.

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