Coops de Eletrificação Rural do RJ geram desenvolvimento econômico e social e se destacam no Índice Aneel de Satisfação do Consumidor

Quando nem o poder público e nem as empresas se interessavam em levar luz ao interior do país, foram as cooperativas de infraestrutura que permitiram a troca de lampiões e lamparinas pela eletricidade. Essas cooperativas oferecem os serviços de energia principalmente em pequenas comunidades rurais e geram impactos sociais e econômicos a essas regiões.

E o Rio de Janeiro conta com três cooperativas  cinquentenárias dentro desse segmento: Cooperativa de Eletrificação Rural de Resende (Ceres) – 53 anos; Cooperativa de Eletrificação Rural Cachoeiras de Itaboraí (Cerci) – 51 anos; e Cooperativa de Eletrificação Rural de Araruama (Ceral) – 51 anos. Juntas, atendem mais de  20 mil cooperados em 15 municípios, somando mais de dois mil quilômetros de rede instalada.

Todas são permissionárias federais, fiscalizadas diretamente pela Agência Reguladora (Aneel): A Ceres desde 2008; Ceral 2011; e Cerci, 2018 . Ou seja, atuam como distribuidora de energia elétrica e, por questões regulatórias, são 100% supridas pela ENEL RIO, uma das maiores empresas do setor elétrico do Brasil.

Como mais um ponto de destaque, a Cerci e a Ceres estão no ranking das melhores distribuidoras do país no Índice Aneel de Satisfação do Consumidor (IASC), com médias de 55,45 e 47,69, respectivamente, segundo dados de 2020.  A Cerci, inclusive, está à frente da Light (55,34)  empresa privada de geração, distribuição, comercialização e soluções de energia elétrica, e que atua em 31 municípios do estado do Rio de Janeiro; e da Enel Rio de Janeiro (54,69), que pertence ao Grupo Enel –  companhia multinacional e um dos principais players do mercado global de energia.

E a importância dessas cooperativas vai além de distribuir energia. Os presidentes Moisés Ismael Maciel (Ceres) e Sérgio Barreto (Ceral) são unânimes em afirmar que as cooperativas de eletrificação rural garantem há anos o desenvolvimento dos locais onde atuam, em especial, o agronegócio, já que há mais de cinco décadas os homens do campo se uniram por meio de cooperativas visando à obtenção de resultados úteis e comuns a todos.

O presidente Helon Marins (Cerci) destaca também ações ligadas ao viés social.

“Por meio do sétimo princípio do cooperativismo –  Interesse pela comunidade – realizamos atividades de cunho comunitário, distante de seu objeto social (distribuição de energia elétrica), tais como empréstimo de máquinas, equipamentos e mão-de-obra para atuação em situações críticas ( quedas de pontes, rompimento de dutoras, etc.), parcerias para adoção e cuidado de praças públicas, execução de serviços de apoio à manutenção da rede de iluminação pública, atividades do Dia de Cooperar (voluntariado) nas diversas localidades dos municípios de sua rede de distribuição”, detalha.

Desafios

Em relação aos desafios, os presidentes relatam que como as três são fiscalizadas diretamente pela ANEEL o principal é a melhoria constante dos serviços, para atender às exigências do mercado regulatório. E isso é feito investindo em treinamento dos colaboradores, modernização dos equipamentos e da rede de energia. E os resultados já começaram a aparecer. A Ceres conquistou em 2011  o Selo de Qualidade ISO 9001 (que trata do sistema de gestão da qualidade) . Em 2019, a Ceral e a Cerci também obtiveram a certificação.

Futuro

Para o futuro das respectivas cooperativas que presidem,  Sérgio Barreto e Moisés Maciel projetam mais crescimento de forma sustentável e inovadora, respeitando sempre os aspectos econômicos regulatórios, aumento a eficiência e a eficácia no atendimento. O presidente Helon Marins vai na linha da área educacional e sonha em ter o Sescoop/RJ como parceiro:

“Vislumbramos atuar na disseminação da educação cooperativista na rede pública dos municípios onde prestamos serviços e ter o Sescoop/RJ nesse projeto. Há de se ressaltar aqui na Cerci o profundo trabalho de reestruturação realizado no setor de Recursos Humanos, sem o qual seria muito difícil a elevação necessária à mudança de nível da cooperativa para o enfrentamento dos desafios e a consecução dos sonhos”, explica.

Crise Hídrica

Sobre a crise hídrica, a pior que o Brasil enfrenta nas últimas décadas, levando diversos reservatórios de hidrelétricas a ficarem próximos do nível mínimo para a geração de energia, a Ceres, a Cerci e a Ceral trabalham na conscientização dos cooperados, por meio das mídias sociais, sobre a necessidade da economia no consumo de energia. Paralelo a tal fato, também detalham a eles as bandeiras tarifárias implantadas pela ANEEL, que elevam as faturas de energia.

História

Ceres

Fundada em 30 de agosto de 1968 por um grupo de fazendeiros para levar a energia elétrica a suas propriedades, a CERES (Cooperativa de Eletrificação Rural de Resende) tornou-se numa instituição forte e com uma administração ágil. Conta com mais de 2 mil cooperados, cerca de 400 km de rede instalada e presta serviços em sete áreas: nos municípios de Resende e Itatiaia e ainda em pequenos trechos dos Estados de Minas Gerais e São Paulo.

Embora no início tenha tido caráter predominantemente rural, atualmente a CERES atende, além das tradicionais áreas de pequenas propriedades leiteiras, a duas localidades turísticas: Serrinha e Penedo. Este último é um bairro com características urbanas adquiridas a partir do desenvolvimento obtido nos últimos 30 anos.

Cerci

A Cerci – Cooperativa de Eletrificação Rural Cachoeiras Itaboraí – foi fundada em 14 de abril de 1969, numa reunião realizada no Clube Recreativo Piratas, em Cachoeiras de Macacu.

As primeiras redes de distribuição abasteciam a localidade de Funchal, em Cachoeiras de Macacu e Ipitangas, hoje pertencente ao município de Tanguá.

As ações empreendidas a partir da data de sua fundação até a presente, não pararam e, hoje, a Cerci atende com energia elétrica mais de 16 mil associados em localidades dos municípios de Cachoeiras de Macacu, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito e Silva Jardim, abastecendo residências, comércios, indústrias, entre outros.Além disso, tem em torno de 160 empregados diretos, número que ultrapassa  200 se adicionar os diretores, consultores, parceiros e conselheiros.

Ceral

A Ceral – Cooperativa de Eletrificação Rural de Araruama foi fundada em 9 de novembro de 1969 em uma reunião realizada no Clube Xadrez no município de Araruama com a participação de 25 produtores rurais, inconformados com a falta de interesse da Companhia de Eletricidade local em estender as suas redes de distribuição até as áreas onde moravam.

Na época, os recursos eram escassos, e os vinte e cinco fundadores colocaram praticamente todas as suas economias e recursos disponíveis para dar início ao projeto, com o objetivo principal de produzir ou adquirir energia elétrica, transformando-a e distribuindo-a em alta e baixa tensão para uso domiciliar, industrial e comercial de modo a atender a demanda solicitada pelos fundadores. Com a sua fundação, fomentou a criação de pequenas indústrias, comércios e até loteamentos nas áreas rurais proporcionando, assim, os desenvolvimentos econômico e social na zona rural dos municípios de Araruama, Saquarema e Rio Bonito.

Atualmente, a CERAL possui uma sede própria, uma loja para atender os cooperados no centro de Araruama, além de um extenso ativo imobilizado que inclui uma frota composta de 4 caminhões, 12 carros, 5 motos, 765 transformadores, 6 religadores, 12 reguladores de tensão e mais de 524 quilômetros de rede alta e baixa tensão, atendendo mais de 6 mil consumidores.

 

Bruno Oliveira

Bruno Oliveira

Analista de Comunicação do Sistema OCB/RJ. Formado em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, MBA em Marketing e Comunicação Empresarial e em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais.

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