Workshop Nacional do Ramo Transporte explica as vantagens do coop de plataforma

O Workshop Nacional do Ramo Transporte ocorreu na tarde desta quinta-feira (13) em formato híbrido – na sede do Sistema OCB/RJ e no Canal da Instituição no Youtube. A atividade contou com apoio do Sistema OCB Nacional e apresentou os conceitos do cooperativismo de plataforma e as vantagens da transformação digital e da inovação para ampliação dos mercados das cooperativas do setor de Transporte.

Na abertura, o presidente do Sistema OCB/RJ, Vinicius Mesquita, falou sobre competitividade e estruturação, para as cooperativas de transporte dos diversos segmentos que compõem o ramo possam competir em “um mercado cada vez mais atualizado e de alta concorrência’.

Na mesma linha, o coordenador nacional do Ramo Transporte pela OCB Nacional, Evaldo Matos, citou a gestão e a governança como pilares para o alcance da excelência dos negócios.

“As cooperativas precisam ser empresas. É preciso que os líderes tenham visão sistêmica e conheçam todo o mapeamento de negócio os quais eles estão à frente. E o Sistema OCB Nacional tem no Programa de Desenvolvimento da Gestão das Cooperativas (PDGC) uma ferramenta importantíssima para mapear e ajudar a construir novos cenários para as cooperativas”, explicou.

Cooperativismo de Plataforma: onde estamos e onde podemos chegar

Cofundador da Coonecta, Gustavo Mendes foi o primeiro palestrante do evento. Ele explicou o que é plataforma e apresentou a relação dos apps com as cooperativas.

“As plataformas digitais são orquestradoras de interações entre produtor e consumidor, possibilitando uma integração rápida e segura entre as partes e pode ser de transporte, entrega, hospedagem, venda, entre outras. São movidas a dados, efeitos de rede e não possuem estoques ou equipamentos para prestação de serviços. As plataformas são valiosas por conta das comunidades que fazem parte delas. E são muitas as vantagens do cooperativismo de plataforma: feito por e para cooperados, menores taxas, melhor remuneração, melhores condições de trabalho, tecnologia a serviço dos cooperados e valor revertido para a comunidade”, elencou.

Precarização do trabalho promovida pelos grandes apps

O mestre em Ciências da Comunicação pela Unisinos-RS e membro do Digilabour, Fabricio Barili alertou para a precarização do trabalho que é realizada pelos grandes aplicativos. Ele citou excesso de carga horária, tecnologia de vigilância, foco nos interesses dos investidores e acionistas em detrimento dos trabalhadores, falta de transparência e de acesso a políticas, protocolos e coleta de dados.

“Nesses grandes apps de transporte os motoristas são classificados como contratados independentes e não como funcionários. Além disso, são gerenciados por um algoritmo e raramente conseguem falar com um, são penalizados por cancelar um trabalho e não têm acesso a seus próprios dados, o que significa que não podem tirar sua experiência ou avaliações”, detalhou.

 Novas Tecnologias e o impacto nos serviços de transporte

A última palestra do Workshop foi a do superintendente do Sescoop/RJ, Abdul Nasser. A tônica do discurso foi mostrar que as novas tecnologias não são o futuro, mas, sim, o presente, em relação especialmente aos carros elétricos que operam sem motoristas. E para as cooperativas de transporte competirem contra os grandes apps, Abdul destacou os principais pontos:

“Intercooperação, profissionalização, mapeamento de dados, modernização de processos, experiência do cliente/cooperado, tecnologia, ampliação do rol de serviços, redução de custos e educação política. Esses são tópicos essenciais para competirmos. Vamos ficar sentados assistindo aos grandes apps tomarem conta do mercado, ou vamos nos reinventar? Temos de fazer essa escolha hoje, senão, ficaremos para trás. Precisamos nos ver como cooperativas de transporte e não fazer distinção entre os segmentos de carga, táxi ou van”, pediu.

Assista aqui na íntegra ao Workshop do Ramo Transporte.

 

Bruno Oliveira

Bruno Oliveira

Analista de Comunicação do Sistema OCB/RJ. Formado em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, MBA em Marketing e Comunicação Empresarial e em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais.

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