O Sistema OCB, em parceria com o Sistema OCB/RJ e o Comitê Gênero Dona Terezita , promoveu na última quarta-feira, 11 de dezembro, o Workshop “Inclusão, Diversidade e Equidade no Cooperativismo – uma liderança transformadora”. O encontro foi ministrado pela cientista social e mestre em Diversidade Cultural e Inclusão Social, Gisele Gomes, e teve como objetivo compartilhar experiências, ampliar possibilidades e incentivar práticas que façam a diferença no movimento cooperativo, promovendo mais inclusão e respeito a todas as pessoas.
O presidente do Sistema OCB/RJ, Vinicius Mesquita, destacou em sua fala o compromisso do movimento cooperativista com a igualdade. “O cooperativismo é para todo mundo, independente de gênero, orientação sexual, classe social, raça ou escolha religiosa”, afirmou. Já Rosa Santos, presidente do Comitê de Gênero Dona Terezita, reforçou o papel do grupo no avanço da equidade. “O Comitê de Gênero é compromissado a trazer equidade ao Sistema OCB/RJ. Nós precisamos incluir e valorizar as pessoas”, declarou Rosa.
O workshop faz parte da série de capacitações promovidas pela OCB Nacional. Representando a entidade, estava presente Divani de Souza, Analista da Gerência de Desenvolvimento de Cooperativas da Unidade Nacional, que salientou o empenho do Sistema OCB/RJ com a inclusão. “Temos, ao todo, 17 comitês Elas pelo Coop e 9 comitês Geração C. O Rio de Janeiro é um dos novos estados que tem os dois, sendo o primeiro a ter o Comitê de Gênero Dona Terezita”, destacou.
Ao longo do encontro, foram apresentados dados sobre a distribuição etária e de gênero nas cooperativas brasileiras. Um deles é o fato de 77% dos dirigentes são homens contra apenas 23% de mulheres. Quando se pensando na faixa etária dos líderes do cooperativismo, entre as mulheres, 40% tem mais de 50 anos. Entre os homens, 56% são tem mais de 50 anos. Dessa forma, Divani de Souza conclui que o movimento está predominantemente masculino e envelhecido, apontando a necessidade de renovação e inclusão.
Workshop interativo
A cientista social Gisele Gomes, ministrante do workshop, conduziu um encontro com participação ativa do público para formularem, juntos, um conjunto de estratégias para estimular a inclusão e valorização de pessoas diversas com pluralidade de ideias, personalidades e vivências, de forma respeitosa. As contribuições foram fundamentais para refletir a realidade de diferentes profissões, como enfermeiros e professores.
Gisele também apresentou conceitos importantes para o entendimento da equidade, como os marcadores sociais da diferença, que englobam gênero, idade, cor da pele, orientação sexual, local de moradia, deficiência, entre outros.
Para ela, os movimentos de inclusão precisam englobar a interseccionalidade, ou seja, atravessar todos esses marcadores da diferença.
A cientista social provocou reflexões importantes, como: “Sua cooperativa tem 8% de pessoas com deficiência? Porque 8% da população brasileira possui algum tipo de deficiência.” Gisele ainda deu dicas para que as cooperativas atinjam a inclusão, como mudanças na linguagem. “Nós podemos mudar ‘o superintendente’ para ‘a superintendência’ ou ‘o conselheiro’ para ‘o conselho’. Assim, não fazemos restrições de gênero”, afirmou.
Por fim, Gisele reforçou que inclusão é valorizar as diferenças, e que cada um pode contribuir para um futuro mais inclusivo.