O analista de Monitoramento e Desenvolvimento de Cooperativas do Sescoop-RJ, Willian Azevedo, representou o Sistema OCB/RJ no I Fórum de Energia Sustentável do Norte e Noroeste Fluminense, realizado na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), em Campos dos Goytacazes, dia 4 de dezembro.
Realizado pela Kûara Nossa Energia, com o apoio da Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca), o encontro marcou o início de um movimento intitulado Código Verde, cujo objetivo é difundir o conhecimento e novas tecnologias sustentáveis, de modo a unir este tipo de energia com o meio ambiente.
Palestras de representantes de empresas e instituições financeiras, além de expositores, compuseram a programação, que, entre os temas, discutiram a normatização, a formação de técnicos qualificados para o setor, a legalização das usinas solares junto aos órgãos competentes, bem como as possibilidades de instalação de usinas, sejam elas de um único dono ou de vários, em forma de cooperativa.
William Azevedo afirmou que as cooperativas são fundamentais no processo de renovação da energia do país, pois fomentam o desenvolvimento social e econômico e ainda contribuem para a energia limpa e o desenvolvimento sustentável. “Com a nova resolução de 2015, elas têm papel preponderante e dinamizador nesse processo. As cooperativas são fomentadoras desse novo processo de ações sustentáveis”, declarou.
Guilherme Castro, da Kûara, contou que há alguns anos estuda o setor de energia e que sempre foi encantado pelo tema sustentabilidade, mas que apenas há oito meses começou a se interessar por energia solar e observou, ao participar de vários fóruns pelo Brasil, a falta de mão de obra especializada e conhecimento na região Norte e Noroeste Fluminense.
EMPREGO – Uma das percepções de Castro o fez incluir na programação a Solarize, uma empresa que oferece capacitação para o setor de energia solar. Para Hans Rauschmayer, avalia que a área de energia solar é ideal para suprir o desemprego no Brasil.
A energia solar é uma tecnologia que requer um certo investimento, mas as placas solares duram 25 anos ou até mais, a depender da qualidade da instalação. A partir do sistema instalado, o consumidor terá um desconto na conta de luz e vai recuperar o investimento ao longo do tempo e nunca mais precisará pagar pelo consumo de luz. O custo de aproximadamente R$20 mil para instalar energia fotovoltaica pode parecer alto para uma residência, mas se paga em cerca de cinco anos e ainda é possível financiar via instituições bancárias de crédito.
Esse tipo de economia, aliada à preservação ambiental, também tem despertado o interesse de empresas. Presente ao Fórum, por intermédio de seu consultor técnico Guilherme Ribeiro, a Grande Rio Reciclagem, que já aderiu ao sistema de energia de biomassa, está prestes a instalar o sistema de energia solar em suas filiais e sede. Ribeiro conta que o objetivo foi saber melhor desse tipo de energia e que o conhecimento adquirido foi importante para serem assertivos na continuidade de investimentos em energias sustentáveis. “Achei muito interessante a palestra da Enel, que apresentou dados sobre a alta incidência solar em Campos que, por conta da geografia do município, favorece um excedente que pode ser distribuído e comercializado para outros locais”, disse.
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA – Carlos Faria, da ABGD – Associação Brasileira de Geração Distribuída, conta que a geração de energia distribuída nasceu no Brasil em 2012 e o País só passou a estar vinculado a um mercado de energia solar no ano passado. “Esse atraso brasileiro se deve basicamente a uma regulamentação tardia que autorizasse os cidadãos a produzir a própria energia. Com os avanços da regulamentação, a possibilidade de todos gerarmos a nossa energia se tornou uma realidade. Nossa expectativa é que em quatro anos, mais de um milhão de telhados gere sua própria energia”, finalizou.
Criada em 2014, a ABGD reúne mais de 450 empresas que investem seu tempo e dinheiro no negócio de geração distribuída, que é poder produzir e compartilhar sua própria energia com uma fonte renovável de energia, que pode ser solar, vento ou biomassa. O trabalho da ABGD é divulgar, conscientizar e defender os interesses do setor de geração distribuída junto aos líderes e governantes do país.
Todo valor arrecadado com as inscrições será revertido para a compra de sistema fotovoltaico para o Asilo do Carmo, em Campos.
Fonte: Campos Portal Local