O presidente do Sistema OCB/RJ, Vinicius Mesquita, participou no dia 27 de fevereiro, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), do lançamento do projeto “Rio em Números, uma publicação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) em parceria com o Instituto Fecomércio-RJ de Pesquisas e Análises (IFec). O documento reúne dados de diferentes áreas do estado ao longo dos anos e demonstra como a desigualdade social ainda persiste.
O documento aponta dados sobre temas, como Educação, Saúde, Segurança Pública e Juventude e, também, dá mais embasamento ao trabalho desenvolvimento pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico da Alerj.
De acordo com a publicação, quase 40% dos lares fluminenses são chefiados por mulheres, o dobro do percentual de 10 anos atrás. Além disso, 56% das famílias lideradas por mulheres pretas ou pardas estão abaixo da linha da pobreza (ou seja, têm rendimentos mensais entre R$ 150 e R$ 300). No mercado de trabalho, a taxa de desemprego está em 14,6% e, entre a população com idade entre 18 e 24 anos, o índice chega a 32%. Na Região Metropolitana, 20% dos jovens entre 15 e 19 anos não estudam e nem trabalham.
“Como podemos falar em crescimento econômico, evolução de investimentos e atração de empresas se a gente tem uma realidade tão chocante como essa em relação àquelas pessoas que são potenciais compradores?”, criticou o economista da Fecomércio-RJ, João Gomes, responsável pela apresentação dos dados. Para ele, o investimento em Educação será a chave para melhorar os indicadores sociais do Estado. “Sem educação, sem qualificação, não vamos romper o ciclo da pobreza, não vamos ganhar produtividade, não vamos ganhar renda, não vamos crescer”, completou.
O presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT), reiterou a necessidade de investimento no setor e destacou dados do documento que mostram que mais de 23% das pessoas com 15 anos ou mais não possuem o Ensino Fundamental completo. No interior, esse índice chega a cerca de 31%. “São dados chocantes, principalmente no tocante à Educação, que se refletem no aumento da violência e na empregabilidade. A gente espera que a Fecomércio-RJ, futuramente, possa produzir outros documentos como esse e que tragam dados melhores”, disse o parlamentar que também preside o Fórum.
Presidente do Sistema OCB/RJ, Vinicius Mesquita fez parte da mesa diretora da Assembleia e parabenizou o Sistema Fecomércio-RJ pelo documento e a importância do Sistema S para a formação profissional. “O Sistema S, do qual o Sescoop/RJ também faz parte, tem contribuído muito para a formação profissional e o desenvolvimento social. Eu mesmo sou filho do Sistema S, pois me formei no Senai e no Sescoop/RJ. E esse documento mostra que é fundamental para o estado o ensino à educação. E o cooperativismo pode contribuir para isso”, afirmou.
Para a construção dos indicadores, foram utilizadas as bases de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Embasamento de políticas públicas
Antonio Florêncio de Queiroz Junior, presidente do Sistema Fecomércio-RJ, que engloba o Sesc RJ e o Senac RJ, destacou a importância de fornecer estudos como o “Rio em Números” para embasar políticas públicas que estimulem o incremento da empregabilidade, a melhoria da renda da população e as oportunidades de Educação, “que representam os principais motores para os novos tempos”. Nenhum progresso econômico pode acontecer se esquecermos que a sociedade precisa ter acesso a bem-estar e qualidade de vida”, declarou.
Na reunião, estiveram presentes representantes patronais, secretários municipais e deputados, que já demonstraram interesse na publicação. “Essas evidências, que são produzidas por diferentes agentes, devem fundamentar as decisões que são feitas nesta Casa assim como no Palácio Laranjeiras”, comentou Renan Ferreirinha (PSB). “Com esse estudo da Fecomércio-RJ, eu percebi a importância do setor de óleo e gás, a nossa maior riqueza, para a recuperação econômica do estado”, destacou o deputado Max Lemos (MDB).