Evento “Nem tudo são flores” debate o papel da mulher na sociedade atual

No dia 15 de março, o Sistema OCB/RJ – por meio do Comitê Gestor de Gênero Dona Terezita – promoveu em sua sede o evento “Nem Tudo São Flores”, que contou com o apoio do Sicredi e da Unicred Central RJ/MT. O intuito foi reunir cooperativistas fluminenses para debater e apresentar exemplos de mulheres que conquistaram por meio do trabalho e do empoderamento, condições igualitárias e justas de emprego, remuneração e reconhecimento feminino em suas áreas de atuação.

Na abertura, o presidente do Sistema OCB/RJ, Vinicius Mesquita, defendeu a tese de oportunidades iguais para homens e mulheres e que o comitê tem papel fundamental para realizar este trabalho forte de transformação social, por meio de eventos de conscientização e ações nas cooperativas e sociedade.

A presidente do Comitê Gestor de Gênero Dona Terezita, Rosa dos Santos, reforçou a necessidade de as mulheres desfrutarem e conhecerem seus direitos, terem a liberdade de fazerem as suas próprias escolhas, saírem às ruas sem medo e competirem de igual para igual com os homens no mercado de trabalho.

O secretário de finanças da OCB/RJ, Ildecir Sias também compareceu ao encontro. Ele que também concilia as atividades no cooperativismo com as de treinador de futebol feminino, garantiu que as mulheres no esporte têm um comprometimento elogiável e são mais disciplinadas em comparação aos homens.

Palestras

Abrindo o ciclo de palestras, a psicóloga clínica e especialista em sexualidade e gênero, Josyane Tolentino Fontes, apresentou o tema “Ações de estratégia de enfrentamento e resistência – Mudança de Atitudes”, em que abordou as conquistas dos direitos femininos no Brasil, a representatividade das mulheres nas organizações e seus desafios.

Ela reforçou que alguns desses direitos, como o voto, não foram dados pela sociedade, mas sim conquistados com luta e mobilização. Além disso,  citou que entre os anos de 2013 a 2017, as buscas no Google por “desigualdade de gênero no mercado de trabalho” cresceram 451% e por “mulher ganha menos” aumentaram 298%.

“Mesmo a passos lentos a mudança para o caminho da equiparação salarial é uma luta comprada pela sociedade, sendo um bom ponto de partida para pensar em iniciativas que empoderem as mulheres para irem atrás do que lhes é de direito”, disse Josyane.

A psicóloga também lembrou da dupla jornada de trabalho. “É uma  dinâmica complexa na caminhada da mulher que se desdobra conciliando casa e trabalho. Hoje, quando pensamos em responsabilidade financeira no que diz respeito à família, a mulher vem ocupando um bom espaço e muitas vezes é a maior responsável pela renda. A rotina é cansativa, dinâmica e muitas vezes até estressante.”, explicou.

Outro ponto abordado por Josyane foi relativo ao autocuidado. “Envolve partes rotineiras para preservar o maior patrimônio de uma mulher, que é ela mesma. Alguns itens que considero fundamentais para isso são vida social, aprender a dizer não e priorizar-se”, enfatizou.

Em seguida foi a vez da coordenadora de Articulação e Promoção do Cooperativismo no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Vera Lúcia de Oliveira Daller. Ela discorreu sobre a Importância da Mulher na Economia e o Protagonismo Feminino nas Cooperativas.

Para isso, abordou o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 da Organização das Nações Unidas (ONU) – que trata da igualdade de gênero –  e apresentou a situação da mulher no Brasil, que segundo indicadores da ONU, possuem rendimentos inferiores aos homens no mercado de trabalho.

“Mulheres mais fortes financeiramente demonstram mais probabilidade de investir no bem-estar familiar e de tomar decisões financeiras mais inteligentes, que repercutem na educação e na saúde de sua família”, garantiu.

Vera Daller também tratou sobre os casos de feminicídio e reiterou que “as mulheres devem estar preparadas para enfrentarem os desafios em todos níveis, seja político, administrativo, produtivo, comunicativo, econômico, social e ambiental”.

A secretária de Cultura e Formação da OCB/RJ, Maria do Carmo Sertã Passos, contou sua trajetória de vida, em especial, como chegou à presidência da Cooperativa Agropecuária de Carmo, sendo a primeira mulher a alcançar este cargo na cooperativa.

Evento foi promovido pelo Sistema OCB/, por intermédio do Comitê Gestor de Gênero Dona Terezita.

E abordando a sua trajetória profissional no cooperativismo, a assessora especial da diretoria da Uniodonto Rio, Ana Paula Pêgo, retratou os desafios que o segmento enfrenta diariamente.

Após cada palestra, o evento contou com a participação do público por meio de perguntas e muitos depoimentos. Diversas mulheres e homens compartilharam experiências e puderam tirar dúvidas sobre os temas abordados.

Fonte: Comunicação do Sistema OCB/RJ

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Bruno Oliveira

Coordenador de Comunicação e de Tecnologia da Informação do Sistema OCB/RJ.