Nos dois primeiros dias do Congresso Brasileiro do Cooperativismo, cerca de 1,5 mil pessoas, entre dirigentes de cooperativas, lideranças, corpo diretivo, observadores e convidados de honra, participaram das salas simultâneas, com estudos de caso e atividades interativas, desenvolvidas por facilitadores. O público pode escolher uma trilha de debates, baseada em um dos seis macro temas evento. : Comunicação, Governança e Gestão, Inovação, Intercooperação, Mercado e Representação.
Entre palestras e atividades interativas, sempre ligadas à idéia de renovação e novas práticas, trinta atividades foram desenvolvidas nas oito salas do complexo que recebe a reunião. O objetivo é que os debates subsidiem a definição das diretrizes estratégicas a serem colocadas em prática, ao longo da próxima década, por todo o movimento cooperativista do país.
Alessandro Chaves, associado a duas cooperativas do Sicoob de Minas Gerais, participou da palestra Big Data e Análise de Dados, onde o objetivo central era mostrar os dados como uma ferramenta de otimização de processos e inovação. Ele se disse satisfeito com a atividade. “Fica um ensinamento muito importante: as cooperativas já dispõem de muita informação para a tomada de decisão, e ela precisa ser usada para melhorar sua performance tanto no atendimento ao associado e comunidade e, principalmente, no desenvolvimento do negócio”.
O 14º Congresso do Cooperativismo Brasileiro, além de buscar agregar valores para o futuro do cooperativismo por meio de sua programação, também oportuniza a troca de experiências, por meio da convivência, entre os vários participantes. Para Lila Mesquita, Sicoob Uni, as atividades desenvolvidas nas salas simultâneas e o evento em geral, serviram para “abrir a cabeça”.
“Estou ampliando minha visão sobre o cooperativismo e meu networking. Hoje, almocei com o presidente de uma cooperativa de leite de Minas e pude conhecê-lo melhor, entender melhor o que é a realidade de uma cooperativa de produto, e não só a financeira. Eu só conhecia o cooperativismo financeiro até então. Eu venho de mercado, com pouco tempo de cooperativismo. Estou achando encantador o propósito, a sustentabilidade e a forma como as coisas acontecem por aqui”.
A palestra A Marca na Indústria 4.0 foi mais uma do ciclo visando a construção do cooperativismo do futuro através da inovação. Realizada pela facilitadora Andrea Dietrich, trouxe uma reflexão para a utilização de novos recursos tecnológicos na construção de relações mais empáticas e verdadeiras, entre as cooperativas, consumidores e comunidade.
Angelo Curbani, cooperativista da Sicoob Confederação acha que, “questão da inovação está em constante transformação. Estamos passando por um processo de transformação digital, e o cooperativismo precisa estar atento a isso e se adaptar. O que podemos perceber aqui é que existe um caminho, mas precisamos estar atentos e, eventualmente, mudar a forma de pensar e de trabalhar”.
Dimas Ribeiro, da UniOdonto, de Rondônia, destaca o papel de cada um na construção do cooperativismo do futuro. “Já é concreto o quanto o cooperativismo provoca mudanças em tudo que está relacionado a essa forma competitiva de mercado, por meio de uma visão diferente. Mas precisamos cuidar da reformulação de vida do indivíduo, pois somente assim, ocorrerão mudanças no coletivo. Por mais que aumentemos a produção, como vem sendo falado, se não existir uma mudança interna, em prol do coletivo, infelizmente eu acho que não vai”.
PROGRAMAÇÃO
A 14ª edição do CBC segue até amanhã, quando os participantes irão eleger as diretrizes estratégicas prioritárias para a próxima década. Clique aqui para conferir a programação.
Fonte: Somos Cooperativismo / Sistema OCB