Emocionado durante a abertura do 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo o embaixador especial da FAO para o Cooperativismo, Roberto Rodrigues, relembrou o tempo que foi presidente da ACI Américas (1992 a 1997) e da OCB (mandatos de 1985 e 1991). A solenidade também prestigiou os 50 anos do cooperativismo no Brasil.
Para Rodrigues, uma das maiores lideranças cooperativistas do país, o futuro, tema escolhido para o evento, deve ser pensado pelo viés da competitividade, considerando que cooperativas são empresas e que devem agregar valores e princípios. Nesse cenário, ressaltou a importância de que os pequenos tenham acesso à mesma tecnologia que os demais, para que essas novas ferramentas sejam inclusivas e não exclusivas.
“As cooperativas são instrumento de uma doutrina universal una”, assim sendo fundamental que sejam organizadas de modo centralizado. Roberto Rodrigues manifestou ainda a preocupação com a preservação da “democracia transformada em rede, com princípios universais, como deve ser o cooperativismo”. “Mais da metade da população do mundo está ligada ao cooperativismo”, completou.
Roberto Rodrigues propôs ao 14º CBC que cada cooperativa tenha uma mulher e um jovem na composição do seu conselho de administração. “Depois de mim, duas mulheres já foram presidente da ACI. Portanto, o espaço existe e é importante que ele seja concedido”, defendeu.
Ao observar as mudanças recentes no país e no mundo, com solvência de lideranças a nível global, Roberto Rodrigues alertou sobre a segurança alimentar, tema que segundo o embaixador deve ser pensado neste momento. Nesse âmbito, segundo a referência internacional, “para que o mundo tenha crescimento em 20%, o Brasil tem que crescer 40%”, citou. Daí a relevância do Brasil para o cenário internacional como um todo.
COOPERATIVISMO GLOBAL
Em seu discurso, o presidente da Aliança do Cooperativismo Internacional (ACI), Ariel Guarco, apresentou os números da ACI e destacou o reconhecimento que a Aliança alcançou no mundo, estando presente nos cinco continentes. O foco de atuação, segundo Ariel Guarco, é a responsabilidade social presente na empresa, respeitando também o consumo responsável, atuando em parceria com a OCB, com a FAO e uma rede intermediária. “Queremos demonstrar que é possível construir uma economia democrática”, afirmou.
Diante de uma era de transformações, Guaco defendeu que o pensamento no futuro deve passar pela profissionalização dos jovens. Em seu discurso, o presidente da ACI previu também mudanças nas formas de trabalho, onde trabalhadores são substituídos pelas ferramentas de automação.
Nesse sentido, Ariel Guarco defendeu que forças como a economia verde e a economia digital serão as criadoras de frentes de trabalho e o cooperativismo deve acompanhar esse movimento. Assim, “as cooperativas devem demonstrar que há outras formas de construir uma economia digital, de raízes”, defendeu. De acordo com Guarco, as cooperativas têm papel de construir um mundo melhor e, encerrando o discurso, convidou a todos para assumir esse protagonismo.
O desafio político cooperativo pelo qual a América passa foi o centro da apresentação da presidente da ACI Américas, Graciela Fernandez. Esses obstáculos pautam o trabalho do movimento cooperativo americano que, segundo Graciela, tem buscado o diálogo com os governos. São mais de 200 mil cooperativas de base, que visam o desenvolvimento de uma economia social. E o cooperativismo brasileiro é parte dessa organização.
Por fim, pela celebração dos 50 anos do Sistema OCB, a presidente da ACI entregou uma placa de homenagem ao presidente Marcio Lopes de Freitas.
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Fonte: Somos Cooperativismo / Sistema OCB