A cidade de Nova York sediou, entre os dias 7 e 9 de novembro, a Conferência Internacional de Cooperativismo de Plataforma. Considerado um dos mais importantes encontros sobre a área, o evento teve como tema “Who Owns The World? The State of Platform Cooperativism” (Quem é o dono do mundo? O estado do Cooperativismo de Plataforma).
O superintendente do Sescoop/RJ, Abdul Nasser, e o presidente do Sicoob Empresas RJ, Eduardo Diniz, foram os representantes do cooperativismo fluminense no encontro, que completou 10 anos e reuniu cooperativas, sindicatos, fundações e instituições governamentais de jovens e líderes emergentes na área de tecnologia cooperativista do mundo todo.
“O cooperativismo de plataforma propõe que os donos das plataformas sejam os próprios prestadores do serviço ou seus usuários, ou melhor, que elas sejam geridas por cooperativas. É uma realidade! E nós queremos levar essa realidade para o Rio de Janeiro, estimular a criação de instituições desse modelo”, disse Abdul.
O superintendente do Sescoop/RJ acrescenta, ainda, que as cooperativas possibilitam que pessoas que estão de fora do fenômeno da digitalização possam ser não apenas incluídas na troca de serviços, mas tornarem-se verdadeiras beneficiadas. E, além disso, aqueles que fornecem o serviço têm a possibilidade de definir suas margens de retorno e fazer a autogestão.
Nova York: Inovação e Cooperativismo lado a lado
A cidade de Nova York já é o segundo maior ecossistema de inovação do mundo, com mais de 7 mil startups, gerando mais de 326 mil empregos e mais de US$ 71 bilhões de valor.
O ecossistema cresceu rapidamente nos últimos 5 anos, passando de US$ 2,3 bilhões investidos em startups em 2012, para aproximadamente US$ 13 bilhões em 2017.
Segundo uma pesquisa da KPMG, o Vale do Silício não será mais o centro de inovação tecnológica do mundo em quatro anos.
Cerca de 60% dos 740 líderes do setor de tecnologia consultados na pesquisa acreditam que é provável ou muito provável que o Vale do Silício ceda esse papel para a cidade de Nova York, com outras cidades rapidamente se aproximando.
E quando falamos em cooperativismo, a cidade também se destaca. Conheça algumas iniciativas:
Um supermercado cooperativista: a cooperativa Park Slope é uma das maiores e mais antigas cooperativas de consumo de alimentos dos EUA. A cooperativa tem 17 mil membros que, além de comprarem seus alimentos e artigos domésticos, também trabalham na loja por pelo menos 2h45 por mês.
Um case inovador de cooperativismo de plataforma: a Up&Go é uma plataforma comercial desenvolvida e controlada por três cooperativas de limpeza doméstica. Além das cooperativas, colaboraram no desenvolvimento da Up&GO uma organização sem fins lucrativos que já incubou mais de 15 cooperativas desde 2006 e uma cooperativa de TI especializada em cocriação.
A maior cooperativa de trabalho dos EUA: a Cooperativa de Associados de Cuidados Domiciliares (CHCA) foi fundada em 1985 por 12 ajudantes domiciliares especializados em saúde e agora conta com mais de 2 mil integrantes. A cooperativa oferece treinamento gratuito aberto ao público para certificação como profissional de cuidados domésticos. Em 2012, a CHCA virou a primeira empresa de Home Care certificada como uma Empresa B. Empresas B fazem um compromisso público a incorporar na tomada de decisão a questão de impacto nos seus colaboradores, fornecedores, comunidades, consumidores e no meio ambiente.
Um sindicato que cria cooperativas: a Guilda de Motoristas Autônomos (IDG) está lançando uma cooperativa de consumo para reduzir os custos do ofício: combustível, lavagem do carro, troca de óleo, manutenção, câmeras de segurança e até marmitas. As marmitas serão vendidas por um cooperativa de trabalho também organizada pela Guilda. Eles também pretendem desenvolver seu próprio app de e-hailing para os mais de 65 mil motoristas que fazem parte da associação.