No dia 17/6 a OCB/RJ teve mais um dia importante na sua história de 50 anos. A instituição recebeu da Organização das Cooperativas Brasileiras o registro da Cooperativa de Energia Renovável Percília e Lúcio, a primeira deste modelo no estado do Rio de Janeiro.
Inicialmente serão 32 famílias beneficiadas pela usina solar de 25,8 KWP, já instalada no telhado da Associação de Moradores do Morro da Babilônia. Na comunidade – localizada na cidade do Rio de Janeiro, no bairro do Leme – moram cerca de 2,5 mil pessoas.
A constituição da Cooperativa – administrada pelo moradores locais – foi iniciada pela Revolusolar, associação sem fins lucrativos nascida em 2015 com o intuito de promover o desenvolvimento sustentável de comunidades de baixa renda por meio da energia solar.
Atualmente a cooperativa está em processo de instalação do relógio de medição de energia, para na sequência solicitar o parecer de acesso a fim de homologar a usina e começar a distribuir os créditos de energia. Com o funcionamento, previsto para julho deste ano, a estimativa é de que os beneficiados tenham 30% de economia em relação ao que pagam atualmente de energia elétrica.
Além disso, parte dos recursos arrecadados pela cooperativa serão investidos em ações sociais já existentes na comunidade da Babilônia, e que já beneficiam 60 crianças e adolescentes: Programa de Educação Infantojuvenil (PEIJ) – que trabalha em seis temas relacionados com a sustentabilidade: energia, agroecologia, resíduos sólidos, água, mudanças climáticas e biodiversidade, com aulas quinzenais, envolvendo teoria com ações práticas, usando ferramentas lúdicas e territoriais – e o Programa de Formação Profissional (PFP), com foco em capacitar os interessados na instalação e manutenção dos sistemas de energia solar fotovoltaica.
De acordo com o superintendente do Sescoop/RJ, Abdul Nasser, a constituição da Cooperativa de Energia Renovável Percília e Lúcio é fruto de um projeto audacioso e que prova que o cooperativismo está inserido em todas as camadas da sociedade.
“A primeira cooperativa de geração compartilhada de energia renovável do Rio não nasceu entre os mais ricos, entre empresários, entre a classe média. Nasceu em uma favela! Essa cooperativa é fruto de muitas lutas, de uma força de vontade inabalável. Esse grupo dedicou mais de cinco anos para conseguir realizar esse projeto e, mesmo com muitos dizendo que era impossível, foi lá e fez. Temos orgulho de ter apoiado e queremos que outros aprendam com este exemplo. Cooperativismo é para todos e a prova está aí, correção do social por meio da democracia econômica”, relata Abdul.