É indiscutível a importância do agronegócio para a economia nacional. Considerado o celeiro do mundo, o Brasil é protagonista quando se fala da garantia da segurança alimentar mundial nos próximos anos. Dados do Ministério da Agricultura projetam, por exemplo, que o país atingirá, até a safra 2031/2032, ou seja, daqui a dez anos, a marca de 338,9 milhões de toneladas de grãos colhidos, um aumento significativo em comparação com a marca de 270,2 milhões de toneladas prevista para o ciclo 2021/2022.
O cooperativismo é responsável por parte relevante desse sucesso. As mais de 1,2 mil cooperativas agro distribuídas por todas as regiões do Brasil respondem, segundo o IBGE, por 53% da safra brasileira de grãos. Além disso, também de acordo com o instituto, 71% dos estabelecimentos rurais de produtores associados a cooperativas são do perfil da agricultura familiar, o que torna ainda mais evidente a relevância desse modelo de negócios, principalmente para a dinâmica dos pequenos produtores.
O adequado desempenho do crédito rural no país também é primordial para o alcance dos resultados positivos que o setor registra e pretende continuar registrando. Por isso, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, defende que o fomento ao agro brasileiro via políticas públicas não pode ser visto apenas como uma questão setorial. “O Plano Safra oferece a garantia necessária para a produção e fornecimento alimentar, tanto no âmbito doméstico quanto no global, principalmente em momentos de desafios como os que temos visto nos últimos tempos”, afirma.
Diante desse cenário, Márcio Lopes afirmou que o Plano Safra 2022/23 anunciado pelo Governo Federal no último dia 29 de junho superou as expectativas iniciais do setor. “Está muito melhor que o esperado”, destaca. Ainda segundo ele, o acesso a ferramentas de mitigação de riscos e recursos que possam financiar as cadeias produtivas não é apenas uma questão econômica, mas de promoção social.
“A vocação e eficiência da atividade agropecuária no Brasil mostram que, para os produtores rurais, é fundamental continuar encontrando condições de investir e crescer. É uma questão de segurança alimentar, mas também de manutenção do principal motor de funcionamento da nossa economia. Por isso, a importância de uma agenda de convergências, em torno de objetivos comuns e em prol do país. Agradecemos os esforços do governo para elevar a quantidade de recursos”, acrescenta.
O presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), deputado Evair de Melo (ES), também ressalta a qualidade do plano, principalmente pelo foco nos pequenos e médios produtores rurais. “As taxas de juros em patamares menos elevados e a ampliação do volume de recursos para as linhas do Pronaf e Pronamp, com certeza, farão diferença para os pequenos e médios produtores rurais, segmento de produtores que compõe a maior parte do número de cooperados do agro nacional e, que, com esse delineamento terão a possibilidade de continuar mantendo seus negócios e sua atividade para a próxima safra”.
O parlamentar lembra ainda que as linhas específicas de financiamento do plano voltadas para custeio, investimento, comercialização e industrialização exclusivas para as cooperativas como o Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro) e o Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), vão contribuir para a ampliação da capacidade de atendimento aos cooperados, por meio da melhora na infraestrutura, promoção de assistência técnica e capacitações, agregação de valor ao produto dos cooperados, difusão de conhecimento e tecnologias.
“São recursos e avanços que permitem manter o modelo de negócios cooperativista competitivo e atualizado com as demandas do futuro, promovendo não somente retorno econômico aos seus cooperados, mas também prosperidade social. E tudo isso alinhado com sistemas de negócio sustentáveis economicamente, ambientalmente e socialmente”, conclui.