Encontro das mulheres Cooperativistas no RJ aborda as modalidades de trabalho e o impacto na vida das cooperadas

Debater os principais desafios da mulher no novo mercado de trabalho, que envolve as modalidades híbrida, virtual e presencial. O 2º Encontro das Mulheres Cooperativistas no estado do Rio de Janeiro, promovido pelo Comitê de Gênero Dona Terezita, ocorreu nesta terça-feira (12), na sede do Sistema OCB/RJ, e trouxe um olhar especial para as mães cooperativistas e como as cooperativas podem auxilia-las a conciliar as atividades de casa e do trabalho.

A abertura do evento contou com a presença da presidente do Comitê, Rosa dos Santos, que agradeceu a presença de mais de 30 pessoas, entre dirigentes e colaboradoras de cooperativas do estado do Rio de Janeiro.

O primeiro painel tratou dos aspectos jurídicos que envolvem as modalidades de trabalho híbrida, digital e presencial. A condução foi da advogada Dra. Aline Silva Marques dos Santos, especialista nas Relações Trabalhista e Sindicais. Ela abordou algumas ressalvas que existem na legislação

“Os termos trabalho remoto e teletrabalho são considerados como uma forma de prestação de serviços externa. Ambos os modelos exigem da empresa a formalização deste modo de trabalho por meio de contrato de trabalho. No caso do home office, o termo sequer é citado na legislação. Apesar de toda a animação, as leis ainda não abrangem esses novos modelos e a discussão entre colaborador, gestor e empresa se torna essencial para regulamentar o trabalho presencial, híbrido ou remoto”, explicou.

Na sequência, foram dados exemplos de cooperativas que trabalham em cada uma das modalidades.

Rosa dos Santos, que também preside a Cooperativa dos Cuidadores de Idosos e Doentes Dependentes (Coopidade), falou sobre como é trabalhar na área de saúde, que exige trabalho 100% presencial e relatou as dificuldades enfrentadas no auge da pandemia.

Luciana Paiva relatou seus  compromissos profissionais tanto pela Cooperativa de Produção Audiovisual (Coopas), como pesquisadora e catalogadora de imagens, e debatedora do programa Debate Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) da Rádio Alerj 105,9 FM.

Ana Cláudia Rotondo, Gerente de Gente e Cultura do Sicoob UniMais Rio, destacou os benefícios da modalidade híbrida, que proporciona flexibilidade para os colaboradores, que podem conciliar as atividades profissionais e os afazeres domésticos.

“É preciso haver maturidade na equipe para que o trabalho flua, além de uma infraestrutura mínima para trabalhar de casa, como computadores e cadeiras e mesas adequadas. Vejo que no híbrido ganhamos qualidade de vida e felicidade no trabalho”.

Daiane Mattos, CEO da LibreCode, uma das maiores cooperativas de Software Livre do Brasil, trouxe a vivência no trabalho exclusivamente de home office.

“Permite aos cooperados terem flexibilidade de horário, elimina o tempo gasto com deslocamento, o que aumenta a produtividade, além de reduzir custos com escritório”, detalhou Daiane, que não defendeu totalmente o modelo remoto.

“Tudo na vida tem um equilíbrio. Há profissões que exigem o presencial. Mas o equilíbrio, associado à tecnologia, pode ajudar as empresas a entenderem qual o melhor caminho a seguir”, disse.

O último depoimento foi da Guilma Viruez, bibliotecária documentalista pela UniRio, e sócia fundadora da  DataCoop. A cooperativa, após a pandemia da COVID-19, mudou totalmente para o trabalho remoto. Guilma citou as vantagens dessa modalidade, como flexibilidade de horário e produtividade; falou dos desafios, tais como interrupções e estresse; e das as adaptações necessárias, como rotina, disciplina e infraestrutura.

 

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Bruno Oliveira

Coordenador de Comunicação e de Tecnologia da Informação do Sistema OCB/RJ.