Mulheres debatem o Empreendedorismo Feminino e o Síndrome do Impostor em evento

O empreendedorismo feminino no Brasil tem transformado as realidades de mulheres, além de suas famílias e comunidades por todo o país. Apesar de enfrentarem preconceitos históricos, e ainda profundamente arraigados na sociedade, as mulheres donas de negócio estão ocupando cada vez mais espaço em todos os segmentos de atividade, inclusive naqueles tradicionalmente dominados por homens.

E esse tema foi uma das pautas do 4º Encontro Estadual de Mulheres Cooperativistas RJ, promovido pelo Comitê Gestor de Gênero Dona Terezita em 13 de março, na sede do Sistema OCB/RJ. O objetivo do encontro foi promover a intercooperação e o debate em torno de dois temas cruciais para o universo feminino no mercado de trabalho, pois, além do Empreendedorismo Feminino, o evento também debateu a Síndrome do Impostor, assunto pouco abordado, mas uma realidade no mercado.

Presidente do Comitê Gestor de Gênero Dona Terezita, Rosa Maria dos Santos falou da importância de as mulheres debaterem sobre o tema. “É um tema que parece meio desconhecido, mas que todas as integrantes do Comitê estudaram bastante para entender. Escolhemos assuntos, como estes, para darmos continuidade ao nosso trabalho, em busca de dar mais espaço ao público feminino no mercado de trabalho”, comentou.

Logo após a abertura,  Renata Freire abordou o Empreendedorismo Feminino.  A profissional é Mestre em Desenvolvimento Local, MBA em Responsabilidade Social e Terceiro Setor, Especialista em Gestão Empreendedora e Bacharel em Administração. Ela também é professora universitária há mais de 12 anos, consultora e mentora de carreira e empreendedorismo, além de atuar com treinamentos individuais e em empresas.

Ela começou sua fala apresentando o que é o empreendedorismo, e como implementar novos negócios ou mudanças em empresas já existentes. “Hoje são mais de 10 milhões empreendedoras em todo o Brasil, sendo mais de 34% do público empreendedor.

Uma pesquisa feita pelo Sebrae mostrou que as mulheres contam com menos apoio dos seus parceiros e precisam comprometer quase o dobro de horas diárias nos cuidados com pessoas da família ou com a afazeres domésticos, quando comparado ao tempo gasto por homens à frente de uma empresa. “O autoconhecimento e o propósito são fundamentais para o sucesso das iniciativas. E com isso, é importante a busca por novas parcerias que são oportunidades que podem desenvolver a cooperativa. Como gerenciar os sentimentos também é uma forma, as mulheres devem entender que juntas são mais forte.

Em sua explanação, Renata ainda deu uma dica importante. “Quando encontramos propósitos, é hora de encaminhar. E a família precisa estar presente no dia a dia! Um equilíbrio entre o familiar e o profissional é imprescindível, pois se somos felizes apenas profissionalmente, isso não é estar feliz de verdade. Nós, mulheres, precisamos batalhar e sermos felizes em nossas iniciativas, mas é mais indispensável ainda que a família esteja presente”, comentou.

Em seguida, Livia Nakajima -especializada em Administração e Novos Negócios, com mais de 14 anos de experiência liderando equipes e focada no desenvolvimento profissional – falou sobre a Síndrome do Impostor. Ela explicou que a Síndrome é uma crença dentro da pessoa de que ela não é boa o suficiente. Por mais que ela consiga vários resultados positivos, ela não consegue se perceber dentro disso, e acha que suas conquistas são frutos de sorte ou qualquer outro fator. 

E o tema, apesar de pouco abordado, é bastante presente na vida das mulheres. Um levantamento do Sebrae, por exemplo, mostrou que 42% das empreendedoras presenciaram situações de preconceito contra outra mulher à frente de uma empresa e 25% já sofreram na própria pele atitudes discriminatórias. Entre elas, o sentimento de segurança e autoconfiança é compartilhado por 70% das entrevistadas.

“Isso gera um sentimento de algo que a pessoa não acredita. E essas práticas de autossabotagens são inconscientes, pois tem a questão da dependência externa. É algo ambíguo, mas é a realidade que muitos acabam passando

Ao fim do evento, ocorreu um ciclo de debates, permitindo um espaço para discussão e troca de experiências entre as participantes, antes do encerramento às 17h.

 

Richard Hollanda

Richard Hollanda

Analista de Comunicação e Tecnologia do Sistema OCB/RJ. Graduado em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida (UVA) e pós-graduado em Administração em Marketing e Comunicação Empresarial pela UVA.

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