ONU reconhece importância do cooperativismo

O cooperativismo brasileiro vem crescendo ano a ano, tanto que já soma mais de 20,5 milhões de cooperados e gera mais de 524 mil empregos diretos, segundo dados do Anuário do Cooperativismo 2023. No mundo, são mais de três milhões de cooperativas e 1,2 bilhão de cooperados. Para fortalecer e apoiar ainda mais o crescimento do movimento, a Organização das Nações Unidas (ONU) adotou a resolução Cooperativas no Desenvolvimento Social, que é uma importante declaração reconhecendo o papel vital das cooperativas no progresso das comunidades ao redor do mundo.

A decisão definiu o ano de 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas, com a intenção de reforçar a relevância dessas organizações em impulsionar o desenvolvimento econômico, social e sustentável, especialmente em grupos vulneráveis como mulheres, pessoas com deficiência e povos indígenas.

Essa resolução não é apenas uma formalidade. Ela ressalta a capacidade transformadora das cooperativas na promoção da justiça social e na redução da desigualdade. O texto busca incentivar os estados membros, as Nações Unidas e todas as partes interessadas, a aproveitarem o ano de 2025 para promover as cooperativas e fomentar o modelo de negócios como a melhor alternativa para um futuro mais inclusivo, justo e equilibrado.

Por isso, durante esse período, as cooperativas devem receber maior visibilidade e apoio. A ONU incentivará 195 países membros a adotarem medidas de fortalecimento e promoção das cooperativas em suas realidades locais. Para isso, serão promovidas ações de cooperação técnica e transferência de conhecimento dos representantes das organizações.?

O texto da declaração destaca ainda a importância de os governos seguirem as recomendações apresentadas no relatório de 2023 do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre o papel das cooperativas no desenvolvimento social. A ideia é fortalecer o ecossistema empreendedor delas, permitindo a criação de empregos, erradicação da pobreza e da fome, educação, proteção social, inclusão financeira e criação de opções de moradia a preços mais acessíveis.

Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB, órgão de representação máxima do cooperativismo no Brasil, considera que a decisão mostra a força do modelo de negócios e sua importância cada vez maior para a garantia do trabalho e renda. “O mundo mudou e os propósitos do cooperativismo, que se concentram no bem-estar das pessoas e na busca por um mundo mais sustentável, são exemplos que merecem ser reconhecidos e adotados de forma mais efetiva,” afirma.

Vale ressaltar que esta não é a primeira vez que a ONU dedica um ano para as cooperativas. Em 2012, eles fizeram o mesmo e isso ajudou as cooperativas a crescerem ainda mais. O tema escolhido foi As cooperativas fazem um mundo melhor, e mostrou que o movimento foi responsável pela criação de 100 milhões de vagas de emprego em todo o mundo, logo após a crise financeira global em 2008.

A Aliança Cooperativa Internacional (ACI), órgão que representa as cooperativas no mundo todo, também celebra a adoção da resolução e incentiva todas as partes interessadas na promoção e avanço das cooperativas a implementá-las. “O Brasil, com sua diversidade econômica e social, apresenta um terreno fértil para o desenvolvimento e crescimento do movimento cooperativista, refletindo não apenas na economia, mas também na inclusão social e no desenvolvimento sustentável das comunidades”, ressalta Ariel Guarco, presidente da entidade.

Ariel Guarco explica ainda que as cooperativas brasileiras respondem às necessidades locais e contribuem para a economia do país de maneira robusta e sustentável. “O cooperativismo no Brasil é um modelo de sucesso que demonstra como a colaboração e a união de esforços podem gerar resultados significativos, promovendo a geração de renda, a distribuição de riquezas de forma mais equitativa e o fortalecimento das relações comunitárias,” disse.

Richard Hollanda

Richard Hollanda

Analista de Comunicação e Tecnologia do Sistema OCB/RJ. Graduado em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida (UVA) e pós-graduado em Administração em Marketing e Comunicação Empresarial pela UVA.

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