Diretrizes estratégicas orientam comunicação do coop para os próximos anos

E se mais brasileiros conhecessem o jeito cooperativista de fazer negócios de forma sustentável e humana? Nosso movimento precisa ser visto, ouvido e lembrado para conquistar mais cooperados, consumidores e aumentar nosso impacto nas comunidades. Uma das ferramentas para atingir esse objetivo estratégico é a comunicação assertiva, democrática e eficaz sobre o que é o cooperativismo, seus diferenciais e vantagens.

Com esse foco, durante o 15ª Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), realizado em Brasília, em maio, representantes do coop de todo o país elegeram duas diretrizes estratégicas prioritárias para a comunicação cooperativista nos próximos cinco anos:

1. Definir públicos estratégicos, selecionar canais de comunicação e adaptar a linguagem para atingir todos os públicos (crianças, jovens e adultos) de forma eficaz, acessível e inclusiva;

2. Promover ações de sensibilização e engajamento da comunidade escolar e da sociedade em geral sobre os princípios e benefícios do cooperativismo, por meio de eventos, campanhas educativas e programas de educação continuada.

As duas ações fazem parte do conjunto de 25 diretrizes que irão guiar o planejamento estratégico do Sistema OCB para o período de 2025 a 2030. A seleção das diretrizes prioritárias foi baseada em dois critérios-chave: impacto, com foco na capacidade de promover o aumento da competitividade das cooperativas;  e urgência, relacionado ao quão imediata e prioritária é sua implementação.

No caso da Comunicação, as duas diretrizes prioritárias irão orientar a atuação do Sistema OCB Nacional e das Organizações Estaduais na definição de campanhas, produção de conteúdo para sites e redes sociais, relacionamento com a mídia, patrocínios, eventos, escolha de novos produtos e formatos para conversar com os públicos-alvos, entre outras iniciativas.

“As diretrizes de Comunicação serão norteadoras para o Sistema OCB promover o cooperativismo para a sociedade. Hoje já temos como estratégia o movimento SomosCoop e suas iniciativas. Vamos manter algumas dessas estratégias, melhorar as iniciativas e criar novos projetos”, antecipa a gerente de Comunicação e Marketing do Sistema OCB, Samara Araujo.

Todas essas ações também precisam levar em conta um olhar da comunicação cooperativista sobre o futuro, considerando o avanço da Inteligência Artificial e o uso de ferramentas como o ChatGPT para produção de conteúdo; o crescimento do chamado marketing de influência, em que criadores mobilizam milhões de seguidores em redes sociais como o Instagram e TikTok; e, claro, os novos hábitos de consumo de mídias, com prevalência do digital e de formatos dinâmicos e interativos.

“Nosso objetivo é aprimorar as estratégias de comunicação do cooperativismo com base em dados, além de alinhar o discurso em todo o movimento, capacitar porta-vozes, fortalecer campanhas e ampliar a presença do coop no mundo on-line, entre outras ações”, acrescenta a gestora.

 

PRECISAMOS FALAR SOBRE O COOP

A primeira diretriz estratégica de Comunicação aprovada no 15º CBC deixa claro que precisamos falar mais sobre o coop, em canais diversos, e de uma maneira que todas as pessoas entendam.

Matéria-prima para produzir conteúdo de qualidade e atrativo não falta, afinal, estamos tratando de um modelo de negócio sustentável, que produz trabalho e riqueza com foco nas pessoas, comunidades e no meio ambiente e que já representa mais de 10% da população brasileira.

“Definir públicos estratégicos, selecionar canais e adaptar a linguagem são práticas essenciais para alcançar uma comunicação efetiva, com resultados positivos. Cada público tem necessidades, interesses e características diferentes”, explica Samara Araujo.

Adaptar a linguagem e o tom da comunicação sobre o coop torna a mensagem mais relevante e adequada às demandas de cada público, aumentando a probabilidade de engajamento e compreensão. Já a escolha do canal correto de comunicação leva em conta preferências do público em relação a formatos como redes sociais, emails, comunicações impressas, etc. Com o canal certo, é mais provável que a mensagem sobre o coop chegue a mais pessoas.

Para identificar as demandas e oportunidades de comunicação sobre o coop, o Sistema OCB monitora a percepção da sociedade sobre o movimento cooperativista com pesquisas, análise de testes e estudos de comportamentos e tendências.

Recentemente, a Pesquisa de Imagem do Cooperativismo 2023 identificou que para 88% dos brasileiros o cooperativismo é atual, inovador ou moderno, e está associado a conceitos como união, solidariedade e cooperação. Na pesquisa, 77% dos entrevistados conseguiram citar pelo menos uma cooperativa, mas, de forma geral, a maioria ainda não relaciona o coop a negócios e competitividade.

A partir de informações como essas, as ações de comunicação são desenvolvidas baseadas em dados, aumentando as chances de acertar o público-alvo com as informações que ele precisa conhecer.

 

EDUCAÇÃO SOBRE O COOP

Em outra frente, a segunda diretriz estratégica de comunicação destaca a necessidade de apresentar o coop para os cidadãos do futuro. A meta, neste caso, é promover a informação sobre o cooperativismo em escolas e programas de educação continuada para mostrar, desde cedo, que o coop é um bom negócio e um caminho para um mundo mais justo.

“Divulgar o cooperativismo nas escolas é importante para transmitir os valores cooperativistas e para garantir a sustentabilidade desse modelo de negócio, uma vez que se planta a semente do coop junto ao público jovem. É importante destacar que as ações de comunicação devem estar atreladas a iniciativas pedagógicas, como programas educativos e experiências práticas”, pondera Samara Araujo.

Muito além do ambiente escolar, esse tipo de iniciativa reverbera em toda a comunidade. O que se aprende na escola é compartilhado em casa, ampliando o alcance das informações e formando novos porta-vozes do cooperativismo.

 

TRABALHO EM CONJUNTO

Além da comunicação institucional, feita pelo Sistema OCB e pelas Organizações Estaduais, as cooperativas brasileiras também podem adotar as diretrizes estratégicas em seus planejamentos de comunicação e marketing, fortalecendo um discurso alinhado e unificado sobre o coop.

Os materiais para colocar em prática as novas orientações serão disponibilizados por meio do SomosCoop, um movimento criado para ressignificar e dar visibilidade ao cooperativismo, com conteúdos informativos e inspiradores de uso livre pelas cooperativas.

“Hoje, todas as nossas iniciativas para divulgar o cooperativismo são feitas via SomosCoop. O site funciona como um hub de tudo que é desenvolvido para promover o coop, facilitando o acesso à informação e promovendo a disseminação das nossas iniciativas. São notícias, e-books, vídeos informativos, histórias transformadoras, webséries e podcasts”, lista a gerente.

Uma das ferramentas disponíveis para as cooperativas é a Central da Marca, em que é possível acessar os materiais das campanhas do SomosCoop e orientações sobre como utilizá-los.

“Além disso, mantemos uma presença ativa nas redes sociais com postagens que promovem a imagem do coop e desenvolvemos campanhas publicitárias que destacam os benefícios do modelo de negócios para toda sociedade”, acrescenta Samara Araujo.

 

Conheça mais diretrizes estratégicas de Comunicação

Além das duas diretrizes prioritárias, durante o 15º CBC também foram definidas mais oito diretrizes estratégicas gerais de Comunicação para o cooperativismo brasileiro nos próximos anos:

1. Alinhar o discurso em todo o cooperativismo, tendo como base o movimento SomosCoop, com uma linguagem simples e acessível.

2. Ampliar a presença do cooperativismo no mundo on-line investindo em estratégias de marketing digital.

3. Aprimorar as estratégias de comunicação do cooperativismo baseada em dados.

4. Capacitar porta-vozes do setor com materiais padronizados sobre os benefícios do cooperativismo.

5. Fortalecer a campanha SomosCoop para divulgação do cooperativismo e seus benefícios nos principais canais de comunicação com mídias on-line e off-line.

6. Incentivar a intercooperação na comunicação do cooperativismo, de maneira unificada e integrada para valorização do setor.

7. Investir nas áreas de marketing e de gestão de marca (branding) nas cooperativas, seja com um profissional dedicado a esse tema em cada cooperativa ou com a contratação de parceiros especializados.

8. Mapear continuamente tendências em comunicação para aprimorar as estratégias de divulgação do cooperativismo

Richard Hollanda

Richard Hollanda

Analista de Comunicação e Tecnologia do Sistema OCB/RJ. Graduado em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida (UVA) e pós-graduado em Administração em Marketing e Comunicação Empresarial pela UVA.

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