Participação jovem no cooperativismo é destaque de primeiro Diálogo Recip 2025

A Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac) deu início ao 4º Ciclo de Reconhecimento de Inovação com Propósito no Cooperativismo Financeiro (Recip) com a realização do 1º Diálogos Recip nesta terça-feira (11).

O Recip é um programa de mapeamento de inovação com propósito das cooperativas de crédito no Brasil para garantir o crescimento sustentável das instituições, apoiado pelo Banco Central do Brasil. O projeto estuda as principais práticas inovadoras das cooperativas brasileiras por meio de perguntas que relacionam as soluções com as cinco dimensões atreladas aos princípios cooperativistas. Sara Oliveira, coordenadora de consultoria e gestão da Fenasbac, destaca os impactos do programa no estímulo ao desenvolvimento do setor. “Nós acreditamos que, com esses diálogos, conseguiremos ajudar as cooperativas de crédito a entenderem o que é inovação com propósito e como crescer sustentavelmente”, afirma.

O primeiro Diálogo Recip 2025 trouxe reflexões sobre o engajamento das gerações mais novas nos assuntos referentes ao cooperativismo e as estratégias para o fortalecimento da relação do setor com os jovens nas redes sociais. O tema “Atraindo a nova geração para um futuro colaborativo” contou com a participação de Carolina Mussolini, Coordenadora de Comunicação e Marketing da Sicredi, e Adelino Sasse, Diretor de Negócios da Ailos, para esclarecer pontos a respeito da necessidade do rejuvenescimento dos conteúdos apresentados nas plataformas digitais e os desafios enfrentados pelas gestões para adesão de práticas voltadas à garantia de diversidade nesses espaços.

As novas gerações e o modelo colaborativo

Embora o cooperativismo ainda enfrente algumas barreiras em atingir a juventude, Adelino destacou o engajamento das gerações mais novas sobre questões relacionadas ao crescimento coletivo. O diretor ainda apontou a proximidade desse público com temas que, em muitas formas, tangem o cooperativismo, como uma oportunidade de efetivar essa conexão de propósito ao movimento. “Temos a oportunidade de ligarmos o que eles sentem e vivem ao cooperativismo. Desse modo, cabe a nós mostrar isso às pessoas”, afirmou.

Carolina acrescenta e destaca o fato de que as gerações Z e Alpha estão atentas a fatores sociais. Para ela, esse interesse facilita a identificação das preferências dessa parcela da população e viabiliza a criação de ações personalizadas para os jovens, contribuindo, assim, para a adesão de novos cooperados.

Novos meios de comunicação

Os desafios para a adesão de novos públicos estiveram no cronograma de discussões e introduziram algumas soluções para as cooperativas interessadas em captar as gerações mais novas. Para isso, o Diretor da Ailos destacou a necessidade da adaptação da linguagem e dos meios de comunicação. Adelino reiterou a importância da participação das cooperativas em ambientes nos quais a geração Z e Alpha consomem conteúdos e a introdução de pessoas mais diversas nos processos de criação e tomada de decisão dessas instituições. “Esse público não está mais no Facebook como o meu. É necessário adaptar a linguagem e se atentar aos canais que nos comunicamos. Para isso, devemos investir em novos talentos e trabalhar para desenvolver a liderança deles”, destacou.

Um dos aspectos trazidos por Carolina também se relaciona com a capacitação da comunidade jovem, especialmente para garantir a sucessão natural das demandas presentes em cada cooperativa. A coordenadora de comunicação destacou a importância da apresentação dos fluxos aos jovens, promovendo, assim, um ambiente de aprendizagem contínua que favorece a integração deles ao setor cooperativo. “É fundamental envolvermos os mais jovens nas operações e nas decisões das cooperativas, e preparar eles para os desafios do futuro”, afirmou.

Por fim, Carolina refletiu sobre a importância do relacionamento entre as cooperativas e como isso pode ser vantajoso para ambas as partes. Ela destacou que a colaboração entre cooperativas pode resultar em uma troca de experiências e boas práticas, além de ampliar o alcance de soluções e recursos, favorecendo a sustentabilidade e a inovação dentro do setor. “Queremos promover a intercooperação. É muito importante desmistificarmos a imagem das cooperativas como concorrentes e mostrar que, juntos, podemos crescer e fortalecer o movimento cooperativo como um todo”.

Fonte: MundoCoop

Foto de Julia Cruz

Julia Cruz