Business agility: por que as cooperativas precisam abraçar a agilidade

Business agility é um modelo que permite que as organizações se adaptem às mudanças constantes do mercado, tornando-as bem-sucedidas e mais competitivas independentemente do contexto. Por meio da inovação e da aplicação de estratégias desse método, as cooperativas são capazes de se tornarem resilientes diante de qualquer alteração mercadológica.

O modelo é muito adotado por negócios que apresentam êxito no mercado. De acordo com a pesquisa Business Agility Transformation – Uma Perspectiva das Empresas Brasileiras, 55% das organizações participantes relataram ter implementado alguma iniciativa de business agility na organização.

Um estudo da NTT DATA e MIT Technology Review que contou com a participação de sete países da América Latina mostrou que metade das 388 organizações entrevistadas já adota a filosofia. A pesquisa também revelou que cerca de 60% dos participantes afirmaram que a implantação da agilidade aumentou a entrega de produtos e serviços.

Dada a relevância que o business agility pode ter nas cooperativas, é importante entender por que as organizações devem abraçar a agilidade. Neste artigo, vamos abordar os benefícios e as táticas para a implementação desse modelo. Boa leitura!

Diferenças entre business agility e metodologias ágeis

Um erro muito comum é pensar que business agility e as metodologias ágeis são a mesma coisa. Ainda que os dois modelos funcionem a partir de conceitos parecidos, há diferenças entre eles. Enquanto a metodologia ágil impacta o desenvolvimento de projetos, a agilidade de negócios afeta diretamente as tomadas de decisão da cooperativa.

O business agility, portanto, envolve aspectos cognitivos, e com foco comportamental, do que simplesmente organizacionais. Ao passo que a metodologia ágil se baseia em frameworks e ferramentas sistemáticas, o business agility se embasa na experimentação e aprendizado dentro do contexto em que a cooperativa está inserida.

Metodologia ágil como parte do business agility

A metodologia ágil pode ser considerada parte do modelo de business agility. Ainda assim, pensar que adotar frameworks com os times significa ter agilidade nos negócios como um todo é um equívoco. Isso porque o business agility requer um mindset e um nível de desenvolvimento digital que permita a adaptação à mudanças de forma resiliente e inovadora.

Ainda assim, adotar metodologias ágeis e frameworks como Scrum ou Kanban são importantes para o desenvolvimento e adaptabilidade das equipes. Dessa forma, elas podem ser vistas como um primeiro passo rumo à agilidade de negócios.

As quatro ondas do business agility 

A maturidade do business agility nas organizações pode ser medida em ondas de evolução. Ao todo, são quatro graus de desenvolvimento de agilidade de negócios em que as cooperativas podem estar inseridas.

  • Primeira onda (agilidade nas equipes): gerar agilidade nas equipes é o primeiro passo para quem quer começar a implementar o business agility. Nesse momento ocorre o primeiro contato com o pensamento ágil e a implementação de metodologias e frameworks.
  • Segunda onda (agilidade em escala): a agilidade em escala diz respeito à junção de equipes ágeis em disposições complexas com o objetivo de desenvolver produtos digitais. Ou seja, a agilidade passa a ser um padrão na criação de resultados e está concentrada na área de tecnologia da organização.
  • Terceira onda (agilidade para os negócios): na terceira onda, a agilidade se torna parte da rotina da cooperativa, desde sua organização até como se comporta diante de mudanças do mercado. O pensamento ágil extrapola a área da tecnologia e todas as camadas da organização são impactadas por ele.
  • Quarta onda (agilidade no desenvolvimento de competências): nesse estágio as organizações se tornam adaptativas, ou seja, a agilidade se torna a maior ferramenta para o desenvolvimento. A cooperativa se torna menos frágil e altamente adaptável às transformações do mercado.

Em média, as organizações brasileiras estão em um período de transição entre a segunda e a terceira onda.

De cara com desafios e oportunidades

Como visto, o business agility traz inúmeros benefícios às cooperativas. Então por que nem todas adotam esse modelo? Muitas organizações, principalmente as mais tradicionais, são resistentes à inovação.

É necessário que as cooperativas que desejam adotar o business agility se atentem a alguns princípios indispensáveis do modelo para sua implementação. Além de espalhar a mentalidade ágil por todos os setores, é importante que a organização se dedique ao customer centricity – ou seja, tornar o cliente prioridade e o centro de todas as estratégias.

Projetar o fluxo ágil, que evita desperdícios de tempo e de recurso, dentro da organização e carregar a vontade de inovar são outros pontos importantes para criar a agilidade de negócios. Por fim, adotar soluções digitais e investir em uma gestão data driven – isto é, orientada por dados – é fundamental para tomar decisões mais assertivas.

Impactos da implantação do business agility

Além de ser uma vantagem competitiva, adotar o business agility traz uma série de benefícios à cooperativa. A começar pela gestão de desafios, tendo em vista que a agilidade de negócios garante maior adaptabilidade frente às mudanças. O processo organizacional também se torna mais ágil, unido à maior flexibilidade operacional.

Outra questão que ganha corpo pela agilidade nos negócios é a colaboração multidisciplinar, uma vez que a estratégia envolve a cooperação de todas as áreas da organização. Dessa forma, é possível quebrar as barreiras burocráticas que existem entre os times a fim de um ambiente que estimula a criatividade e a inovação.

Como aplicar o business agility 

Agora que você já conhece em detalhes o business agility, está na hora de aprender a colocá-lo em prática. Algumas estratégias facilitam a implementação desse modelo de forma simples.

Um primeiro passo importante é garantir fluidez e flexibilidade com funcionários e equipes, permitindo que eles ajam rapidamente diante de mudanças, sem ter que enfrentar grandes burocracias. Por isso, oferecer independência e autonomia para os times é essencial.

A distribuição estratégica de recursos e processos de trabalho que incentivam a multidisciplinaridade de equipes são outros pontos importantes para a implantação da agilidade de negócios. Garantir que cada profissional tenha o necessário em cada etapa de seu trabalho, unido à cooperação de times, permite pensar em soluções inovadoras e criativas frente a desafios.

O papel da liderança nessa jornada

No processo de implementação do business agility, a liderança tem um papel fundamental. Líderes que consigam implementar e incentivar a agilidade dentro dos times são peça-chave dentro da estratégia desse modelo.

Além disso, para oferecer independência às equipes, é necessário ter uma liderança confiante e com empoderamento suficiente para conseguir gerenciar essa autonomia. Um líder que saiba equilibrar a cooperação dos profissionais com a independência dos times é essencial para implementar a agilidade de negócios.

Conclusão

Implementar o business agility pode trazer inúmeros benefícios à cooperativa. Com maior adaptabilidade frente aos desafios constantes do mercado, a organização consegue desenvolver uma vantagem competitiva.

Saber por onde começar é importante para incorporar esse modelo nas cooperativas. Adotar estratégias da metodologia ágil é um bom primeiro passo para implantar a agilidade na organização.

Pensando nisso, o InovaCoop desenvolveu um material completo sobre as táticas de agilidade que podem ser empregadas pela sua cooperativa. O post aborda as diferentes metodologias ágeis e como elas podem impulsionar a inovação.

Fonte: InovaCoop

Richard Hollanda

Richard Hollanda

Analista de Comunicação e Tecnologia do Sistema OCB/RJ. Graduado em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida (UVA) e pós-graduado em Administração em Marketing e Comunicação Empresarial pela UVA.

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