LGBTI+: Sistema OCB/RJ promove Roda de Conversa sobre respeito à diversidade

O Comitê Gestor de Gênero Dona Terezita, órgão do Sistema OCB/RJ, promoveu na última sexta-feira (8/7) a Roda de Conversa “Enfrentar a discriminação e promover a cidadania LGBTI+”. A proposta foi debater a igualdade social, por meio da conscientização das pessoas contra bifobia, homofobia, lesbofobia e transfobia, e o aumento da representatividade das pessoas LGBTI+ nos mais diversos setores da sociedade civil.

Os convidados foram Henrique Rebello, presidente da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da OAB RJ; Bárbara Aires, consultora de gênero e diversidade; e Patrícia Esteves, coordenadora Nacional da Área de Lésbicas da Aliança Nacional LGBTI+.

Na abertura do encontro, Vinicius Mesquita e Rosa dos Santos, presidentes do Sistema OCB/RJ e do Comitê Gestor de Gênero Dona Terezita, respectivamente, foram unânimes em dizer que o cooperativismo tem tudo a ver com respeito à diversidade, pois trabalha os conceitos de cooperação, integração e valorização das pessoas.

A primeira atividade ficou sob responsabilidade de Rodrigo Aldebrant, assessor de desenvolvimento e negócios da Sicredi Rio. Ele fez uma dinâmica chamada de Workshop da Empatia, em que os participantes tiveram de, individualmente, relembrar e apontar os principais momentos, bons e de dificuldades, desde  que descobriram e expuseram suas sexualidades.

Roda de Conversa

Na sequência, Jociane Coutinho, psicóloga e presidente da Cooperativa de Saúde Mental e Reabilitação, iniciou a mediação da Roda de Conversa.

Bárbara Aires, consultora de gênero e diversidade iniciou falando sobre LGBTIfobia, conceito que abrange diversas formas de agredir pessoas que não são heterossexuais ou cisgêneras, seja verbalmente, fisicamente ou psicologicamente.

“Ao contrário ao que muitos pensam, as atitudes LGBTfóbicas não se limitam a violências verbais ou físicas. Quando uma pessoa LGBTI+ fica deslocada em grupos da faculdade, quando não é selecionada para uma vaga de emprego, mesmo tendo o melhor currículo, ou quando é expulsa de casa. Todas essas situações são de LGBTIfobia. Precisamos ficar atentos e ampliar esse debate”, alertou Bárbara.

Henrique Rebello falou sobre o julgamento que as pessoas LGBTI+ recebem da sociedade, que tem padrões pré-estabelecidos e não está preparada para debater a diversidade sexual.

“Somos literalmente arrancados do armário, e muitas vezes sem noção sobre gênero e ideologia sexual. Basta um gesto para sermos julgados de forma pejorativa. Por que a nossa sociedade não pode pensar em políticas de igualdade, assim como pensa o cooperativismo? Espanta-me que de 1985 a 2022 tivemos alguns projetos em defesa das pessoas LGBTI+, mas nenhuma lei que reconheça os nossos direitos. E o preconceito, a discriminação e a violência continuam crescendo. Hoje, quando encontramos uma pessoa transexual com mais de 30 anos, dizemos que ela é idosa, porque viveu até muito, pois, infelizmente a perspectiva de vida dessas pessoas é inferior, com tamanha violência a que são submetidas”, disse Henrique.

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Bruno Oliveira

Coordenador de Comunicação e de Tecnologia da Informação do Sistema OCB/RJ.