Intercoop discute autogestão nas cooperativas

“Vamos mostrar para o Brasil que o cooperativismo pode fazer a diferença com sua paixão, excelência em produtos e serviços, com competência e profissionalismo. Todos esses ingredientes são necessários no processo de mudança que precisamos, queremos e merecemos.” Com essa fala, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, deu boas-vindas aos mais de 500 participantes do Intercoop, evento focado nos ramos Agro, Crédito, Saúde e Transporte e que ocorre em Brasília até amanhã.

Márcio Freitas fez questão de destacar que o Brasil tem grandes desafios pela frente e que, neste momento de transição de governos, o cooperativismo precisa ser encarado como um banco de respostas para superar muitos dos obstáculos ao desenvolvimento socioeconômico da nação brasileira.

“Os princípios e valores que norteiam o nosso jeito de fazer negócios e de gerar resultados vão ao encontro das necessidades da sociedade moderna que demanda, cada vez mais, produtos e serviços com alto teor de responsabilidade e compromisso com o meio ambiente. Nós fazemos isso, desde sempre”, enfatiza o líder cooperativista.

 AUTOGESTÃO

No total, 300 cooperativas, de todas as regiões do país, participam do Intercoop. O público também conta com representantes das organizações estaduais do Sistema OCB, responsável por toda a programação pautada no processo de autogestão no negócio cooperativo. O objetivo do evento é disseminar boas práticas de gestão entre as cooperativas e estimular a entrada delas em novos mercados. Pelo Sistema OCB/RJ estão o superintendente Rafael Garbois e o Controller, Jorge Lobo.

O assunto foi o tema-central da palestra do João Paulo Koslovski, uma das referências do movimento cooperativista nacional. Ele discorreu brevemente sobre a história do cooperativismo e da autogestão, frisando que o negócio cooperativo possui sua base, por natureza, na prestação de um serviço de excelência para o cooperado.

“Uma cooperativa precisa servir às pessoas que a criaram. Ela nasce para isso e, também, para otimizar os investimentos e dar resultados socioeconômicos. Então, a autogestão tem em si a identidade do cooperativismo, já que a cooperativa é resultado da vontade de seus cooperados. Aliás, a autogestão é a excelência da democracia”, ressalta Koslovski.
Ex-presidente do Sistema Ocepar, Koslovski foi enfático ao comentar que o cooperativismo no Brasil é a soma do trabalho de cada uma das pessoas que fazem da cooperação uma escolha, praticando-a todos os dias.

CENÁRIO POLÍTICO

Outro momento de destaque na programação do Intercoop foi a palestra de Juan Jensen, mestre e doutor em Teoria Econômica pela Universidade de São Paulo, que fez um panorama do cenário político e econômico para os próximos anos, considerando as eleições deste ano. Ele apresentou os riscos e as oportunidades para o setor cooperativista. Em linhas gerais, o especialista afirmou que “não há solução fácil e nem milagres e que a recondução da economia brasileira depende, necessariamente, da reforma da Previdência.”

Para o ramo Agropecuário, por exemplo, Jensen apontou as exportações como um caminho favorável diante de um cenário pessimista. Já para as cooperativas de saúde e crédito, os negócios dependem da melhoria da economia, pois estão atrelados à capacidade de renda da população. Segundo ele, nesses dois casos, a taxa de desemprego precisa diminuir para alavancar os negócios.

PROGRAMAÇÃO

O Intercoop é uma iniciativa que reúne, em si, três importantes eventos:
⦁ Seminário de Autogestão: tem por objetivo desenvolver as lideranças para aprimorar a análise do desempenho da cooperativa, pois é de responsabilidade a avaliação da competitividade do negócio, com base em referenciais comparativos do setor e do mercado.
⦁ Espaço Cooperação: O Espaço Cooperação é uma área de exposição, que deverá fomentar a intercooperação. Cinco estandes foram montados para as confederações de cooperativas dos ramos Crédito e Saúde apresentarem seus portfólios de produtos e serviços. Além disso, há oito ilhas de degustação e apresentação de produtos de cooperativas agropecuárias e de trabalho, tais como embutidos e congelados, sucos, frutas, derivados de leite, café, bolsas e afins, além de itens de papelaria e biojoias.
⦁ Encontro de Superintendentes: Será iniciado o processo de planejamento das ações do movimento cooperativista em 2019. Dentre os pontos a serem discutidos está a realização do Congresso Brasileiro do Cooperativismo.

SOMOSCOOP

O público também poderá visitar o estande personalizado do movimento SomosCoop, no qual se espera divulgar seus objetivos e sensibilizar mais cooperativas a fazerem o uso do carimbo da campanha em seus produtos e serviços.

AMANHÃ

Nesta quarta-feira, assuntos como recuperação de créditos tributários e os cenários do leite, de frutas, grãos, insumos e carnes também serão debatidos pelos representantes das cooperativas. Haverá a apresentação de casos de algumas cooperativas que encontraram formas inovadoras para contornar a crise, em aspectos como fornecedores, sucessão, necessidades do cliente, compliance e, ainda, modelo de negócio cooperativista.

FOTOS

Confira aqui as imagens de como foi o primeiro dia do Intercoop.

Fonte: Somos Cooperativismo

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Bruno Oliveira

Coordenador de Comunicação e de Tecnologia da Informação do Sistema OCB/RJ.