São Francisco do Itabapoana e Carapebus serão as novas cidades a receberem o programa Cooperjovem em 2018. Após um 2017 de muito sucesso, em que mais de 4,5 mil alunos de escolas municipais foram atendidos em Mendes, Bom Jesus do Itabapoana, Maricá, Campos dos Goytacazes e Vassouras, o programa – que no Rio de Janeiro é realizado em uma parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Rio de Janeiro (Sescoop/RJ) e o Instituto Sicoob – quer continuar, através da relação ensino-aprendizagem, a promover na prática o trabalho em cooperação
O Cooperjovem é uma iniciativa da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), desenvolvida em âmbito nacional pelo Sescoop desde o ano 2000. No Rio de Janeiro, a iniciativa tem provocado um repensar de atitudes nos professores das escolas públicas envolvidas e provocado uma ampliação de atuação da escola e das comunidades onde estão inseridas.
De acordo com a coordenadora de Desenvolvimento Social do Sescoop/RJ, Cristiane Quaresma, A implantação nas cidades envolvidas foi de grande sucesso e que, com certeza marcará, a entrada definitiva e a consolidação do programa no estado. “Acredito que todos fizeram um trabalho comprometido e dentro de todos os alinhamentos que o programa exige, baseado numa missão de vida, de transformação social, através das práticas da metodologia colaborativa, construção coletiva e pautada nos valores e princípios cooperativistas e da cooperação”, afirmou.
Alguns exemplos desse trabalho já estão dando frutos. Segundo Silvana Lemos, gestora do Cooperjovem no Rio de Janeiro, pelo Instituto Sicoob, alguns Projetos Educacionais Cooperativos (PECs) – iniciativas que buscam envolver a escola como um todo, a família do aluno e a comunidade do entorno, partindo de uma necessidade real, sendo que sua estrutura precisa levar em conta os valores do cooperativismo – foram desenvolvidos por alguns grupos, que propuseram, por exemplo, uma horta comunitária para trabalhar alimentação saudável com as crianças, melhorar a qualidade da merenda e ter na comunidade uma parceria para cuidar do cultivo nos fins de semana. Outra questão identificada era a invasão de uma quadra da escola nos fins de semana depredando a mesma.
“O problema foi resolvido com duas iniciativas: A primeira uma articulação das Secretarias de Educação e Esporte de Mendes para promover atividades físicas para a comunidade, como futsal e ginástica aberta. Outra iniciativa foi deixar a chave da escola com um líder comunitário que mora ao lado e administra o uso da quadra nos fins de semana. Neste caso, já foram criados até dois times de volley que jogam aos sábados e domingos”, disse.
Também foi teve resultado positivo o projeto da terapia do abraço onde inspetores, professores, alunos, serventes, ao ouvirem um professor falando muito alto com os alunos entra na sala, dão um abraço na pessoa lembrando que o docente pode ministrar a aula baixando o tom da voz. “Temos muitos outros projetos inovadores e criativos sendo desenvolvidos e transformando a prática do ensino numa construção coletiva e cooperativa”, acrescentou Silvana.
Mais ampliação
Para o ano de 2018, o crescimento do Cooperjovem não fica restrito somente à chegada do programa em São Francisco do Itabapoana e Carapebus. Em Campos, além dos professores de escolas públicas, também aderiu ao projeto uma escola particular. A proposta de humanização da educação estimulada no Cooperjovem será ampliada também está sendo conversado com Angra dos Reis e Três Rios.
Ainda segundo Cristiane, a expectativa para o programa é das melhores. E a essência da iniciativa é uma das principais motivações. “O Cooperjovem é a entrada para uma nova visão de mundo dentro das escolas, uma ferramenta para educar as crianças no sentido de que devemos ser cooperantes e pensarmos no coletivo, não apenas adquirir conhecimento, mas contextualizá-lo, não apenas estudar para passar, mas para fazer parte de algo maior e do poder coletivo de transformar realidades.”, afirmou.
E Silvana acrescenta: “(O Cooperjovem) Tem uma proposta desafiadora de ampliar o olhar do educador para além dos muros das escolas, instigando sua prática pedagógica e o estimulando a fazer em conjunto com os colegas, com a direção, com os pais, com as associações locais para que o espaço público educacional seja reconhecido como de todos e todas”.
Sensibilização
No mês de março foi realizado em Mendes, no Sul Fluminense, um encontro com professores de municípios – antigos e novos – que aderiram ao Cooperjovem. O objetivo foi apresentar os pontos importantes ao desenvolvimento do Programa, como a qualidade da educação, a responsabilidade das pessoas, o paradigma da cooperação e a reavaliação dos seus PECs, com vistas a melhoria contínua do Programa.
“Este foi um momento de sensibilização, pois o programa oferece novas estratégias de ação que facilitam todo o encaminhamento didático dentro da escola”, explicou Iran Pitthan, instrutor do Cooperjovem desde 2017.
Capacitação
E para superar os números de 2017, o Sescoop/RJ e o Instituto Sicoob realizaram em 2018 uma nova Formação de Instrutores do Programa Cooperjovem no Rio de Janeiro. O intuito foi ampliar o quadro de instrutores para atuar no Programa. Estes profissionais serão responsáveis por apresentarem o Cooperjovem ao corpo docente das unidades escolares selecionadas pelas secretarias de educação dos municípios.
Reportagem: Richard Hollanda – Comunicação Sistema OCB/RJ