O programa de Pagamentos Instantâneos em transações digitais no Brasil, ou simplesmente PIX, entra em vigor oficialmente no dia 16 de novembro. Mas já tem cliente testando. O sistema permite transações bancárias em tempo real e tira o custo de operações como TED e DOC. O dinheiro cai imediatamente na conta.
O agronegócio também está de olho na inovação. Especialistas do Núcleo de Estudos da Conjuntura Econômica (NECON) da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) analisaram quais os impactos sobre o cooperativismo. A avaliação é feita pela professora e coordenadora Nadja Heiderich e pelo membro do núcleo, João Victor Alves de Oliveira.
Segundo o último Censo Agropecuário do IBGE, 48% de tudo que é produzido no campo passa, de alguma forma, por uma cooperativa. Elas são responsáveis por quase metade do PIB agrícola. Existem no Brasil 1,6 mil cooperativas agropecuárias, que envolvem 181 mil produtores e empregam 1 milhão de trabalhadores.
Os especialistas destacam que as cooperativas possuem um sistema de funcionamento diferente dos bancos tradicionais. São formadas por um conjunto de associados que almejam um objetivo em comum, e estas, visam beneficiá-los em operações de menor custo em comparação às do mercado. “Ao observar o grande volume das cooperativas adentrando na nova modalidade de pagamentos no Brasil, o PIX, com parâmetros europeus, percebe-se a possibilidade de competição mais equilibrada entre os players do setor e a busca pela fidelização de seus associados”, destacam.
Eles apontam as cooperativas de crédito, que são pouco mais de 800 no país. Uma cooperativa grande e uma pequena podem se inclui de forma igual no sistema e isso incentiva ao oferecimento de novos serviços para atrair os associados e se diferenciar.
A preocupação com a fidelidade é um ponto bem relevante.De acordo com as regras do PIX, ao cadastrar sua chave, que pode ser o seu CPF, por exemplo, em uma cooperativa ou em outra instituição financeira, o cliente não poderá usar a mesma informação para cadastro em outra empresa. “Assim, se observa uma corrida para a retenção de clientes, na busca por se manter seu ativo intangível”.
Agora, segundo os especialistas, o ponto que se coloca estará relacionado a quais benefícios serão gerados, além do PIX, para os seus associados. “Uma vez que os associados já tenham custos mais baixos em relação aos não associados, a maior competição tenderá a trazer um leque de novas possibilidades e oportunidades para estes clientes”, dizem.
Fonte: Agrolink