Cooperativismo: Rio de Janeiro aposta na expansão com foco em saúde e infraestrutura

O Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2025, divulgado nesta quinta-feira (31) pelo Sistema OCB nacional, aponta que o Rio de Janeiro registrou em 2024 198 cooperativas registradas, que reúnem 239.659 cooperados e geram 14.378 empregos diretos. Durante o período, essas organizações movimentaram R$ 11,3 bilhões em ingressos, um aumento expressivo de 88,3% em relação a 2023, e acumularam ativos superiores a R$ 14,2 bilhões, com acréscimo de 50,4%. A diversificação de serviços e produtos oferecidos é destaque no estado.

“Os números do Anuário confirmam o que já vínhamos percebendo no dia a dia das cooperativas fluminenses: o modelo cooperativista está em plena expansão e se consolidando como um agente estratégico de transformação social e econômica no estado. Setores como saúde, crédito e infraestrutura têm ampliado sua atuação com inovação e compromisso com as comunidades. O Rio de Janeiro está pronto para dar um novo salto, com base na força do cooperativismo”, destaca Vinicius Mesquita, presidente do Sistema OCB/RJ.

As cooperativas fluminenses também registraram um capital social integralizado de R$ 1,15 bilhão, 7,9% a mais que em 2023.  Já as sobras, resultado financeiro do exercício, somaram R$ 239,2 milhões — recursos que retornam à base cooperada ou são reinvestidos para aprimorar serviços e ampliar benefícios à sociedade, fortalecendo o ciclo virtuoso da economia do movimento

O Ramo Saúde lidera em geração de empregos do cooperativismo no estado. São 36 cooperativas que empregam mais de 11 mil pessoas e reúnem 11 mil cooperados. Em 2024, o segmento movimentou R$ 9,6 bilhões em ingressos, acumulando um aumento de 98% em relação aos R$ 4,8 do período anterior.

O Ramo Crédito, por sua vez, se destaca pela capilaridade e crescimento constante. São 22 cooperativas com 179,9 mil cooperados e 1.051 empregados. A movimentação financeira chegou a R$ 879,8 milhões, mais que o dobro (112%) registrado em 2023.

O Ramo Infraestrutura é outro destaque do estado, com 16 cooperativas e 31,5 mil cooperados. Sua movimentação financeira cresceu 12% ao atingir R$ 142,8 milhões e garantiu 287 postos de trabalho. A atuação do ramo incluiu projetos voltados ao abastecimento de energia e soluções comunitárias em regiões de difícil acesso.

No Ramo Agropecuário, 12 cooperativas reuniram 12.351 cooperados e 1.813 empregados, com uma movimentação de R$ 510,5 milhões em 2024. Já o Ramo Consumo, embora menor em receita, ampliou sua presença com 46 cooperativas e um aumento de 59% no número de cooperados que chegou a 1.904, consolidando seu potencial de expansão.

No Brasil

Os bons resultados do estado se somam a um cenário nacional igualmente promissor. O número de cooperados chegou a 25,8 milhões, o equivalente a 12,14% da população brasileira e a 23,32% da população ocupada. Os dados representam um salto de 66% em apenas cinco anos.

O documento aponta que o país conta com 4.384 cooperativas registradas e ativas, presentes em 3.586 municípios — o que reforça a forte presença territorial do modelo. O setor gerou ainda 578.035 empregos diretos em 2024, com crescimento de 5% em relação a 2023, superando em mais de três vezes a taxa de crescimento da força de trabalho nacional (1,4%). Um destaque importante é o avanço da participação feminina, que agora representa 52% dos empregados nas cooperativas.

O desempenho econômico do cooperativismo em 2024 também foi expressivo. Os ingressos das cooperativas brasileiras somaram R$ 757,9 bilhões, um crescimento de 9,5% em relação a 2023 — quase o triplo do crescimento do PIB nacional (3,4%). O pagamento de salários e encargos sociais também teve alta significativa, alcançando R$ 41,5 bilhões, aumento de 30,9%.

Outro destaque foram as sobras distribuídas aos cooperados, que somaram R$ 51,4 bilhões — um crescimento de 32% em relação ao ano anterior. Esse valor é reinvestido nas comunidades, movimenta o comércio local e impulsiona o desenvolvimento das regiões onde as cooperativas atuam.

“Os dados do AnuárioCoop reforçam que o cooperativismo é uma alternativa viável e competitiva de desenvolvimento. Eles demonstram o compromisso do movimento com a geração de valor econômico e social. Para além dos números, esse desempenho comprova como o modelo cooperativista se consolida como uma opção sustentável e inovadora, que garante prosperidade para a nossa gente”, afirma o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Foto de Richard Hollanda

Richard Hollanda

Analista de Comunicação e Tecnologia do Sistema OCB/RJ. Graduado em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida (UVA) e pós-graduado em Administração em Marketing e Comunicação Empresarial pela UVA.